A pedido de várias famílias decidi recorrer novamente ao Google Earth para ilustrar a localização exacta do amontoado de lixo junto à estrada.
Espero que a imagem sirva de ajuda para chegar ao local...
(clique na imagem para ampliar)quarta-feira, janeiro 31, 2007
terça-feira, janeiro 30, 2007
Como é linda (e limpa) a nossa Serra… # 01
Deixa-me aqui parar para sacar umas fotos a esta paisagem. Ooohhhh… como é linda nossa Serra…
Mas… mas que é isto aqui em baixo? Não pode… eu não estou a ver bem…
Veja as fotos e tire as suas conclusões:
Que lhe parece este “achado”, caro leitor?
Sinceramente, nunca tinha parado neste parque (ou zona de repouso), mas terei que lá voltar um dia destes para ver com mais detalhe o que fotografei de longe…
Porque será que existem ali tantos detritos e tão variados?
Será que é alguma zona de testes para constatar o tempo de degradação e decomposição de cada objecto?
Será que era para filmar alguma campanha de colchões para a Televendas?
Será que era alguma zona de repouso, devidamente apetrechada com penico (ou pitó) debaixo do colchão que entretanto foi desactivada?
Será que era alguma zona para lançamento de latas do tipo “atire o mais longe que possa, de modo ao não se ver da estrada”?
Mas, no meio de tantos detritos houve um que me chamou a atenção… Este:
Pelos vistos o pinheirinho de Natal serviu só mesmo para receber as prendinhas…
Depois basta “plantá-lo” algures na Serra, junto com os outros “brinquedos”, e esperar que ninguém os veja…
Falando mais a sério, é preciso não ser nada cívico para cometer actos desta natureza. Será que as pessoas que cometem estas barbaridades conseguem dormir descansadas à noite quando vão dormir? Será que não têm nenhum peso na consciência ao fazerem coisas deste tipo? Será que é esta a Serra que querem para os vossos filhos, netos e bisnetos? Será que não dá mais trabalho vir à Serra deitar o colchão fora, que deixá-lo junto a um contentor do lixo? Enfim… não consigo entender…
Só me resta pedir, às entidades competentes, que vão recolher aquele monte de lixo naquela zona da Serra da Estrela.
Não é por haver pessoas porcas, que a Serra também tem que estar porca!!!
(peço desculpa pela violência verbal, mas fico revoltado ao ver tamanho atentado ambiental)
Porta da Estrela - "Esgotos a céu aberto na Torre"
Notícia publicada no jornal Porta da Estrela, na edição de 30 Jan 2007
(clique na imagem para ampliar) Fonte: Porta da Estrela
domingo, janeiro 28, 2007
Jornal de Notícias - "Esgoto na Torre sem solução imediata"
Aqui está a notícia que saiu dia 26 de Janeiro (sexta-feira) no Jornal de Notícias:
(clique na imagem para ampliar)
Palavras para quê?... # 01
Olha o belo do 'neco de neve!
ps: agora até pode ter uma certa graça, mas quando a neve derreter são mais uns pedaços de lixo que ficam a poluir o ambiente na Serra da Estrela, que é apenas Parque Natural... Dá-me ideia que as pessoas não têm sensibilidade suficiente (ou nenhuma) para perceberem o que é um Parque Natural.
sábado, janeiro 27, 2007
sexta-feira, janeiro 26, 2007
Proponho um Turismo diferente…# 01
Ah pois é!
Muito se tem falado sobre as várias vertentes de Turismo que a Serra da Estrela tem para oferecer.
Uns defendem o turismo da neve e o alargamento da Estância em 4 ou 5 vezes mais. Outros defendem a construção de mini-cidades para albergar os 10 milhões de turistas que daqui a 2 anos irão visitar a nossa Serra chegando de avião, e claro, tudo o que uma mini-cidade deve ter, desde casino, restaurantes, bares, discotecas, hotéis, lojas, shoppings, etc. Depois há aqueles que defendem estradas verdes (feitas em alcatrão) com zonas de piquenique, miradouros, zonas de repouso, o autêntico turismo de “vá à Serra sem sair do carro”. E depois há os “chatos”, que defendem o turismo de natureza, aproveitando o que a Serra tem há centenas de anos, as lagoas, as pedras, as lagartixas, as ervinhas, as florinhas, e que ainda plantam árvores, conclusão… o autêntico turismo peace and love.
Agora o que nunca ninguém pensou é em criar um tipo de turismo como aquele que eu consegui captar na imagem que se segue:
O slogan podia ser “venha mijar na torre” ou “mijar? venha experimentar a 2000m” ou ainda “traga a bexiga cheia e esvazie-a na torre”.
Já pensaram no potencial que este tipo de Turismo poderia trazer à Serra?
Primeiro não seria necessário gastar nada de dinheiro em criar as infraestruturas, uma vez que já estão criadas. Faltam só plantar uns arbustos para as senhoras terem um pouco mais de intimidade… Depois, bastava colocar umas plaquinhas com a orientação dos “mijódromos”. Já estou mesmo a ver… “mijódromo” dos cântaros, “mijódromo” da lagoa, “mijódromo” da torre, etc… Claro que em cada um destes “mijódromos” teria que haver um cata-vento, para informar os “mijadores” da direcção do vento, não fossem eles mijar-se todos… Claro que se isso acontecesse, não haveria problemas, porque no centro comercial da Torre haveria uma lavandaria tipo aquelas americanas em que, enquanto a pessoa espera pela roupa lavada pode consultar Internet, ver tv, etc…
Seria também interessante conceber uma linha de merchandising e souvenirs com a temática “mijódromos” da Serra da Estrela. Até se poderiam fazer rotas de ligação entre ambos.
E pergunta o leitor, “mas se eu mijar num como é que vou ter vontade de mijar noutro?”.
É fácil, repare na quantidade de empresas de águas que existem na zona da Serra da Estrela. Nada melhor que fazer uns protocolos com essas empresas para colocação de paletes e paletes dessas águas entre “mijódromos”. Isso é que era…
O que depois seria interessante perceber é as relações que se iriam estabelecer entre “mijadores”. Reparem na foto e imaginem o diálogo que estariam a ter entre eles, ou os pensamentos que estariam a ter durante o acto de mijar…
“epa, parece que o liedson ontem marcou um golo do catano”, “ó chaval, tens isso tão pequeno? Deve ser do frio, não?”, “xiiii, xiiii, xiiii”, “isto de mijar onde a natureza vive é mesmo potente”, “que bellaaaaa vista…”
Digam lá, não era potente mesmo este tipo de turismo?! Vêm algum senão? Ah o cheiro…
Essa é a parte boa. Seria excelente haver mau cheiro, para ver se as moscas no Verão iam todas para a Serra em vez de andarem cá por baixo.
Espero que as entidades responsáveis pensem nesta proposta, porque acho que seria bastante interessante e viável. E claro, haveria sempre aquele sentimento de inovação e criatividade Portuga, de um tipo de Turismo único em todo o Mundo…
E onde? Aqui, na Serra da Estrela!
Muito se tem falado sobre as várias vertentes de Turismo que a Serra da Estrela tem para oferecer.
Uns defendem o turismo da neve e o alargamento da Estância em 4 ou 5 vezes mais. Outros defendem a construção de mini-cidades para albergar os 10 milhões de turistas que daqui a 2 anos irão visitar a nossa Serra chegando de avião, e claro, tudo o que uma mini-cidade deve ter, desde casino, restaurantes, bares, discotecas, hotéis, lojas, shoppings, etc. Depois há aqueles que defendem estradas verdes (feitas em alcatrão) com zonas de piquenique, miradouros, zonas de repouso, o autêntico turismo de “vá à Serra sem sair do carro”. E depois há os “chatos”, que defendem o turismo de natureza, aproveitando o que a Serra tem há centenas de anos, as lagoas, as pedras, as lagartixas, as ervinhas, as florinhas, e que ainda plantam árvores, conclusão… o autêntico turismo peace and love.
Agora o que nunca ninguém pensou é em criar um tipo de turismo como aquele que eu consegui captar na imagem que se segue:
O slogan podia ser “venha mijar na torre” ou “mijar? venha experimentar a 2000m” ou ainda “traga a bexiga cheia e esvazie-a na torre”.
Já pensaram no potencial que este tipo de Turismo poderia trazer à Serra?
Primeiro não seria necessário gastar nada de dinheiro em criar as infraestruturas, uma vez que já estão criadas. Faltam só plantar uns arbustos para as senhoras terem um pouco mais de intimidade… Depois, bastava colocar umas plaquinhas com a orientação dos “mijódromos”. Já estou mesmo a ver… “mijódromo” dos cântaros, “mijódromo” da lagoa, “mijódromo” da torre, etc… Claro que em cada um destes “mijódromos” teria que haver um cata-vento, para informar os “mijadores” da direcção do vento, não fossem eles mijar-se todos… Claro que se isso acontecesse, não haveria problemas, porque no centro comercial da Torre haveria uma lavandaria tipo aquelas americanas em que, enquanto a pessoa espera pela roupa lavada pode consultar Internet, ver tv, etc…
Seria também interessante conceber uma linha de merchandising e souvenirs com a temática “mijódromos” da Serra da Estrela. Até se poderiam fazer rotas de ligação entre ambos.
E pergunta o leitor, “mas se eu mijar num como é que vou ter vontade de mijar noutro?”.
É fácil, repare na quantidade de empresas de águas que existem na zona da Serra da Estrela. Nada melhor que fazer uns protocolos com essas empresas para colocação de paletes e paletes dessas águas entre “mijódromos”. Isso é que era…
O que depois seria interessante perceber é as relações que se iriam estabelecer entre “mijadores”. Reparem na foto e imaginem o diálogo que estariam a ter entre eles, ou os pensamentos que estariam a ter durante o acto de mijar…
“epa, parece que o liedson ontem marcou um golo do catano”, “ó chaval, tens isso tão pequeno? Deve ser do frio, não?”, “xiiii, xiiii, xiiii”, “isto de mijar onde a natureza vive é mesmo potente”, “que bellaaaaa vista…”
Digam lá, não era potente mesmo este tipo de turismo?! Vêm algum senão? Ah o cheiro…
Essa é a parte boa. Seria excelente haver mau cheiro, para ver se as moscas no Verão iam todas para a Serra em vez de andarem cá por baixo.
Espero que as entidades responsáveis pensem nesta proposta, porque acho que seria bastante interessante e viável. E claro, haveria sempre aquele sentimento de inovação e criatividade Portuga, de um tipo de Turismo único em todo o Mundo…
E onde? Aqui, na Serra da Estrela!
quinta-feira, janeiro 25, 2007
Acha que já viu tudo?... # 01
Ora boa tarde caro leitor.
O que é que tem achado dos casos que têm sido denunciados pelo blog Estrela no seu Melhor?
A comunicação social em geral (regional e nacional) tem dado bastante relevo ao que temos vindo a denunciar, mas parece que ainda há, quem se esteja a fazer de difícil (não entendo porquê), principalmente a nível regional.
Quem? Basta ver os jornais regionais das duas últimas semanas e é fácil constatar quem...
Por isso mesmo, nos próximos dias, apenas irei colocar alguns "mimos" de apanhados na Serra e vou aguardar uns dias, até passar esta "abençoada" frente fria, para depois lançar um novo caso...
Talvez nessa altura, os meios de comunicação social que ainda não divulgaram a vergonha que se anda a passar na Serra da Estrela, tenham que dar o braço a torcer...
Assim sendo, faltam poucos dias para o lançamento de mais um "super, mega, hiper, re, fixe" caso de atentado ambiental na Serra da Estrela.
O dia escolhido para o lançamento, se tudo correr conforme o previsto, será a 5 de Fevereiro.
Aponte já na sua agenda!
Faltam 11 dias para mais um caso mal cheiroso...
O que é que tem achado dos casos que têm sido denunciados pelo blog Estrela no seu Melhor?
A comunicação social em geral (regional e nacional) tem dado bastante relevo ao que temos vindo a denunciar, mas parece que ainda há, quem se esteja a fazer de difícil (não entendo porquê), principalmente a nível regional.
Quem? Basta ver os jornais regionais das duas últimas semanas e é fácil constatar quem...
Por isso mesmo, nos próximos dias, apenas irei colocar alguns "mimos" de apanhados na Serra e vou aguardar uns dias, até passar esta "abençoada" frente fria, para depois lançar um novo caso...
Talvez nessa altura, os meios de comunicação social que ainda não divulgaram a vergonha que se anda a passar na Serra da Estrela, tenham que dar o braço a torcer...
Assim sendo, faltam poucos dias para o lançamento de mais um "super, mega, hiper, re, fixe" caso de atentado ambiental na Serra da Estrela.
O dia escolhido para o lançamento, se tudo correr conforme o previsto, será a 5 de Fevereiro.
Aponte já na sua agenda!
Faltam 11 dias para mais um caso mal cheiroso...
quarta-feira, janeiro 24, 2007
5000 visitas já cá cantam... Obrigado a todos!
11 de Setembro de 2006
A data, recordada por uns como o maior atentado contra a civilização ocidental enquanto que por outros como a maior "mentira" da História Universal, irá ficar (espero eu) também marcada pelo nascimento deste blog.
Com um início bastante tímido, pouco a pouco foi metendo o dedo na ferida de muitos assuntos da nossa querida Serra da Estrela.
Hoje, dia 24 de Janeiro de 2007, ultrapassa a barreira das 5000 visitas.
Ao longo destes (ainda) breves meses já denunciou umas quantas situações que certamente têm causado grande "azia" entre muita gente.
Espero que um dia essa "azia" acabe, era sinal de que este blog teria os dias contados e que a nossa Serra finalmente estaria no bom caminho. Mas, enquanto isso não acontece, lá terei que continuar com a minha "missão", que não é apenas minha, mas sim de todos nós!
Resta-me agradecer a todos os leitores por termos chegado a este ponto e pelo feedback que me têm transmitido.
Para finalizar, gostaria de desafiar todos os leitores a que, quando forem passear, esquiar, snowboard'ar, btt'ar, pedestrian'ar, que levem a vossa máquina fotográfica e mostrem e/ou denunciem aquilo com que não estão de acordo...
Obrigado mais uma vez e até... ao próximo post...
A data, recordada por uns como o maior atentado contra a civilização ocidental enquanto que por outros como a maior "mentira" da História Universal, irá ficar (espero eu) também marcada pelo nascimento deste blog.
Com um início bastante tímido, pouco a pouco foi metendo o dedo na ferida de muitos assuntos da nossa querida Serra da Estrela.
Hoje, dia 24 de Janeiro de 2007, ultrapassa a barreira das 5000 visitas.
Ao longo destes (ainda) breves meses já denunciou umas quantas situações que certamente têm causado grande "azia" entre muita gente.
Espero que um dia essa "azia" acabe, era sinal de que este blog teria os dias contados e que a nossa Serra finalmente estaria no bom caminho. Mas, enquanto isso não acontece, lá terei que continuar com a minha "missão", que não é apenas minha, mas sim de todos nós!
Resta-me agradecer a todos os leitores por termos chegado a este ponto e pelo feedback que me têm transmitido.
Para finalizar, gostaria de desafiar todos os leitores a que, quando forem passear, esquiar, snowboard'ar, btt'ar, pedestrian'ar, que levem a vossa máquina fotográfica e mostrem e/ou denunciem aquilo com que não estão de acordo...
Obrigado mais uma vez e até... ao próximo post...
Correio da Manhã - "Esgotos poluem Estrela"
Aqui está a notícia que saiu hoje no Correio da Manhã:
(clique na imagem para ampliar)
Sinceramente, começo a não entender o papel de cada entidade na Serra da Estrela.
Repare-se neste parágrafo:
"De acordo com Fernando Matos, director do PNSE, o mau tempo que se verificou no final de Novembro, sobretudo o vento forte, derrubou uma torre de iluminação e de comunicações móveis que caiu sobre os tubos da canalização, rebentando-os. A partir daquela altura, os resíduos escorrem pela serra."
Ponto 1 - como se pode estar a "mascarar" este problema com a hipotética queda de um poste sobre os tubos de canalização.
Ponto 2 - Basta ir ao local (pode ver a localização exacta aqui) e constatar que não caiu nenhum poste, porque nem sequer há ali postes para cair. O que se pode ver no local é mesmo dois tubos, perfeitamente cortados, a verter resíduos encosta abaixo.
Ponto 3 - Mesmo que houvesse essa desculpa, não acha o leitor que em 2 meses não teria sido possível arranjar o que teria, hipotéticamente, sido danificado?
Ponto 4 - Mas mais... Se esse poste que, hipoteticamente, caiu sobre os tubos os danificou, pergunto: a que profundidade é que estavam os tubos?
Agora veja-se este paragrafo:
“Trata-se de uma situação que nos preocupa, mas que ainda não foi possível resolver devido às condições climatéricas”, adiantou Fernando Matos, que garante tentar solucionar o problema “nos próximos dias”.
Não foi possível resolver devido às condições climatéricas? Esta situação está a ocorrer desde Novembro. Quantos dias é que choveu, nevou, trovejou desde Novembro? Será que há assim tanta neve lá em cima que o caso não pudesse ser resolvido? Basta ver as fotos para saber a resposta...
Agora incrível mesmo é ter-se conhecimento desta situação desde Novembro e nada ter sido feito.
Pergunto, se esta situação não tivesse sido divulgada por este (e outros) blogs, até quando é que estaria no segredo dos deuses? Haver a desculpa de "condições climatéricas" num ano em que as temperaturas são as que são, em que praticamente não chove nem neva, sinceramente dá que pensar. Será que lá fora, em locais onde as temperaturas são mais baixas que cá, em que passam meses debaixo de chuva e de neve, se houvesse uma situação deste género não estaria já resolvida? Será que teremos que esperar pelo Verão para resolver esta vergonha?
Descubra uma serra...
Peço a todos os leitores que tentem ler este texto imaginando as fantásticas PUBlicidades realizadas pelo Instituto do Turismo de Portugal.
Aquelas PUBlicidades em que ouvimos em voz off uma "chica espanholita" ou até mesmo algum "english boy". Ou então aqueles "spots" em que aparecia o Mourinho e a Marisa.
Tentem recriar nas vossas mentes o imaginário destas PUB's, da magnifica música de fundo, das belas paisagens que mostram... e depois de tudo isso, tentem ler o texto que se segue e depois ver a imagem em baixo...
(já estão a ouvir a música nas vossas cabeças? então podem começar a ler o texto...)
Esta é uma Serra... lugar onde a terra toca o céu... lugar de pastores e ovelhas que vagueiam solitários por entre os montes, tendo sempre como companhia a Estrela...
"Explorada" por uns e amada por outros, esta é a Serra onde a lagartixa luta diariamente contra a sua extinção... onde a raça do Cão da Serra qualquer dia virá importada da China tipo cão de loiça... onde o queijo, em vez de ser feito de leite de ovelha, está quase para ser feito de mistura.
Esta é uma Serra da qual se fazem filmes se "ainda há pastores"... uma Serra onde se querem fazer mini cidades de montanha... casinos... bares e discotecas... e muitos chalets e apartamentos.
Esta é a Serra que tem 1993 metros, mas em que a estância se denomina... Estância Vodafone 2000...
Uma Serra cheia de plásticos... de pneus, boias e câmaras de ar... de banheiras de bebés... de pranchas de bodyboard... tudo, para fazer SKU.
Esta é a Serra que (dizem) no ano passado recebeu um milhão e meio de turistas e que daqui a dois anos espera receber 10 milhões.
Esta é uma Serra onde os atentados ambientais acontecem diariamente...
Esta é uma Serra que se chama SERRA DA ESTRELA, num país chamado PORTUGAL!
ps: no passado fim de semana encontrei este aglomerado de gente algures numa das pistas da estância... de longe pensei que alguém se estaria a sentir mal, mas à medida que me fui aproximando constatei que não era nada disso. O que aquele aglomerado de gente fazia era sku, numa das pistas da estância. Lindo!
Aquelas PUBlicidades em que ouvimos em voz off uma "chica espanholita" ou até mesmo algum "english boy". Ou então aqueles "spots" em que aparecia o Mourinho e a Marisa.
Tentem recriar nas vossas mentes o imaginário destas PUB's, da magnifica música de fundo, das belas paisagens que mostram... e depois de tudo isso, tentem ler o texto que se segue e depois ver a imagem em baixo...
(já estão a ouvir a música nas vossas cabeças? então podem começar a ler o texto...)
Esta é uma Serra... lugar onde a terra toca o céu... lugar de pastores e ovelhas que vagueiam solitários por entre os montes, tendo sempre como companhia a Estrela...
"Explorada" por uns e amada por outros, esta é a Serra onde a lagartixa luta diariamente contra a sua extinção... onde a raça do Cão da Serra qualquer dia virá importada da China tipo cão de loiça... onde o queijo, em vez de ser feito de leite de ovelha, está quase para ser feito de mistura.
Esta é uma Serra da qual se fazem filmes se "ainda há pastores"... uma Serra onde se querem fazer mini cidades de montanha... casinos... bares e discotecas... e muitos chalets e apartamentos.
Esta é a Serra que tem 1993 metros, mas em que a estância se denomina... Estância Vodafone 2000...
Uma Serra cheia de plásticos... de pneus, boias e câmaras de ar... de banheiras de bebés... de pranchas de bodyboard... tudo, para fazer SKU.
Esta é a Serra que (dizem) no ano passado recebeu um milhão e meio de turistas e que daqui a dois anos espera receber 10 milhões.
Esta é uma Serra onde os atentados ambientais acontecem diariamente...
Esta é uma Serra que se chama SERRA DA ESTRELA, num país chamado PORTUGAL!
ps: no passado fim de semana encontrei este aglomerado de gente algures numa das pistas da estância... de longe pensei que alguém se estaria a sentir mal, mas à medida que me fui aproximando constatei que não era nada disso. O que aquele aglomerado de gente fazia era sku, numa das pistas da estância. Lindo!
Mapa do tesouro... desculpem... da cloaca
Pois é, foram tantos os pedidos que recebi para dar a localização exacta da cloaca, que me vejo obrigado a recorrer novamente ao google earth (abençoado seja quem o inventou) para fornecer esse posicionamento.
Não é dificil chegar até lá, ou melhor, não era.
Com a neve natural (e artificial), talvez apenas se consiga dar com o local do crime através do cheiro.
Por isso, caro leitor, basta dirigir-se ao parque de estacionamento do centro comercial da Torre e seguir o cheiro.
Mas tenha cuidado, tente diferenciar o cheiro dos queijos e o da m****.
É que algumas pessoas já se enganaram...
ps: imprima esta imagem (gentilmente cedida pelos patrões do google earth) que o ajudará na descoberta da cloaca assinalada com bolinha vermelha.
Asseguro-lhe que vale a pena...
Não é dificil chegar até lá, ou melhor, não era.
Com a neve natural (e artificial), talvez apenas se consiga dar com o local do crime através do cheiro.
Por isso, caro leitor, basta dirigir-se ao parque de estacionamento do centro comercial da Torre e seguir o cheiro.
Mas tenha cuidado, tente diferenciar o cheiro dos queijos e o da m****.
É que algumas pessoas já se enganaram...
ps: imprima esta imagem (gentilmente cedida pelos patrões do google earth) que o ajudará na descoberta da cloaca assinalada com bolinha vermelha.
Asseguro-lhe que vale a pena...
segunda-feira, janeiro 22, 2007
Nascente de esgoto Serra da Estrela 2000
Parece que este blog (ou blogue) teima em não deixar de ter matéria para novos posts. Quem me dera que um dia destes eu fosse à Serra e não encontrasse nada em que pudesse “pegar”. Mas em vez disso, mais um caso merece cobertura.
Lá vou eu à Serra durante o fim-de-semana e lembro-me de um comentário feito pelo TPais (em resposta a outro leitor) que passo a transcrever:
“Dou-lhe outro exemplo, para onde acha que vão os esgotos de todos os edifícios da Torre ou da própria estância? Sabia que existe uma ETAR lá em cima mas que não está a funcionar?”
Quando li este comentário no outro dia, não liguei grande coisa, mas como estava no alto da Serra, nas imediações da Torre, decidi tentar perceber onde estaria a ETAR que era referida pelo leitor TPais.
A missão, que inicialmente se previa de extrema dificuldade, foi facilmente conseguida, uma vez que o provável local dos acontecimentos está “assinalado” por uma construção tipo WC, daquelas que se vêm nas obras… o típico caixote frequentemente designado de mijódromo.
Para além disso, existem autênticas “passadeiras” de pedras, indicativas do caminho das condutas até ao referido volume. A foto da referida construção e “passadeiras” de boas vindas, pode ser visualizada em baixo.
A localização escolhida revelou-se bastante acertada (enfim). Para além de ser no local mais procurado pelos turistas para tirar as fotos ao pôr do sol, o enquadramento com a casa em ruínas resulta magnifico. Mas interessante, foi escutar a pergunta de outras pessoas que estavam no local, quando eu estava a tirar as fotos… “O que é que é aquilo?”
Eu não tinha ainda a certeza, mas quando me aproximei tirei logo as conclusões.
Era efectivamente algo relacionado com esgotos, não sei se Etar ou fossa séptica, mas pelo cheiro dava para perceber que só podia ser o que eu estava à procura.
Até aqui tudo muito bem (pensava eu), mas nisto é quando olho para o por do sol e vejo um fio do que eu pensava que fosse água, descendo encosta abaixo até perder de vista.
Desço uns metros mais abaixo da tal Etar e é quando sou confrontado com o triste espectáculo que se segue. Vejam as fotos que creio que nem legendas merecem.
Nota: avisam-se os leitores mais sensíveis que as imagens que se seguem podem ser chocantes. Se for o seu caso aconselho-o a fechar esta janela e abrir o blog www.maravilhasdaestrela.blogspot.com
Julgo que depois de visualizar as imagens, a opinião é unânime, trata-se mesmo de mais um caso, desta vez muito mal cheiroso.
Pelo que pude constatar in loco, através de variados vestígios, só pode tratar-se mesmo dos tais esgotos que o leitor TPais referia no seu comentário.
Para além do cheiro, é possível encontrar para além dos resíduos orgânicos, vestígios de papel higiénico, tampões, lenços, etc... Não foram contactadas pelo nosso blog, nenhuma marca de papel higiénico e afins, mas certamente que recusam qualquer envolvimento no crime ambiental que está a ser perpetrado no ponto mais alto de Portugal Continental.
Bela imagem (mais uma) que a nossa Serra tem para dar e para turista “levar”…
(Agora vem a parte chata… para alguns…)
Moral da história: em pleno século XXI, em pleno Parque Natural da Serra da Estrela, em plena reserva da Rede Natura 2000, em pleno ponto mais alto de Portugal Continental, existem uma série de edifícios que estão a verter resíduos encosta abaixo impunemente.
As perguntas que gostaria de ver respondidas acerca deste tema são:
1 – De quem é a responsabilidade do que se está a passar? Eu respondo, não faço ideia.
2 – Com a realidade que foi apresentada acha legal o que se está a passar? Eu respondo, duvido.
3 – Quem, ou que entidade, deveria de averiguar este e outros casos, que ultimamente têm sido denunciados em vários blogs na net? Eu respondo, quem tem esse dever.
4 – Acha que após tantos casos denunciados neste e noutros blogs, a Serra pode continuar a seguir este caminho? Eu respondo, não não e não! Já chega! Basta!
O que pretendo com este post é apenas mostrar, uma vez mais, a outra realidade que a Serra da Estrela tem para nos mostrar.
Basta andar um pouco atento e são tantos os casos que dão que pensar.
PS: após algumas criticas que recebi em relação ao post que tanta polémica gerou, em que certos leitores me enviaram e-mails e comentários a dizer que este blog era bastante fundamentalista e radical, gostaria agora de perguntar a essas mesmas pessoas se ainda têm a mesma opinião em relação ao blog.
Independentemente da resposta, vou continuar a “trabalhar” e a denunciar situações, para que a nossa Serra (que é de todos) tenha dias melhores…
Lá vou eu à Serra durante o fim-de-semana e lembro-me de um comentário feito pelo TPais (em resposta a outro leitor) que passo a transcrever:
“Dou-lhe outro exemplo, para onde acha que vão os esgotos de todos os edifícios da Torre ou da própria estância? Sabia que existe uma ETAR lá em cima mas que não está a funcionar?”
Quando li este comentário no outro dia, não liguei grande coisa, mas como estava no alto da Serra, nas imediações da Torre, decidi tentar perceber onde estaria a ETAR que era referida pelo leitor TPais.
A missão, que inicialmente se previa de extrema dificuldade, foi facilmente conseguida, uma vez que o provável local dos acontecimentos está “assinalado” por uma construção tipo WC, daquelas que se vêm nas obras… o típico caixote frequentemente designado de mijódromo.
Para além disso, existem autênticas “passadeiras” de pedras, indicativas do caminho das condutas até ao referido volume. A foto da referida construção e “passadeiras” de boas vindas, pode ser visualizada em baixo.
A localização escolhida revelou-se bastante acertada (enfim). Para além de ser no local mais procurado pelos turistas para tirar as fotos ao pôr do sol, o enquadramento com a casa em ruínas resulta magnifico. Mas interessante, foi escutar a pergunta de outras pessoas que estavam no local, quando eu estava a tirar as fotos… “O que é que é aquilo?”
Eu não tinha ainda a certeza, mas quando me aproximei tirei logo as conclusões.
Era efectivamente algo relacionado com esgotos, não sei se Etar ou fossa séptica, mas pelo cheiro dava para perceber que só podia ser o que eu estava à procura.
Até aqui tudo muito bem (pensava eu), mas nisto é quando olho para o por do sol e vejo um fio do que eu pensava que fosse água, descendo encosta abaixo até perder de vista.
Desço uns metros mais abaixo da tal Etar e é quando sou confrontado com o triste espectáculo que se segue. Vejam as fotos que creio que nem legendas merecem.
Nota: avisam-se os leitores mais sensíveis que as imagens que se seguem podem ser chocantes. Se for o seu caso aconselho-o a fechar esta janela e abrir o blog www.maravilhasdaestrela.blogspot.com
Julgo que depois de visualizar as imagens, a opinião é unânime, trata-se mesmo de mais um caso, desta vez muito mal cheiroso.
Pelo que pude constatar in loco, através de variados vestígios, só pode tratar-se mesmo dos tais esgotos que o leitor TPais referia no seu comentário.
Para além do cheiro, é possível encontrar para além dos resíduos orgânicos, vestígios de papel higiénico, tampões, lenços, etc... Não foram contactadas pelo nosso blog, nenhuma marca de papel higiénico e afins, mas certamente que recusam qualquer envolvimento no crime ambiental que está a ser perpetrado no ponto mais alto de Portugal Continental.
Bela imagem (mais uma) que a nossa Serra tem para dar e para turista “levar”…
(Agora vem a parte chata… para alguns…)
Moral da história: em pleno século XXI, em pleno Parque Natural da Serra da Estrela, em plena reserva da Rede Natura 2000, em pleno ponto mais alto de Portugal Continental, existem uma série de edifícios que estão a verter resíduos encosta abaixo impunemente.
As perguntas que gostaria de ver respondidas acerca deste tema são:
1 – De quem é a responsabilidade do que se está a passar? Eu respondo, não faço ideia.
2 – Com a realidade que foi apresentada acha legal o que se está a passar? Eu respondo, duvido.
3 – Quem, ou que entidade, deveria de averiguar este e outros casos, que ultimamente têm sido denunciados em vários blogs na net? Eu respondo, quem tem esse dever.
4 – Acha que após tantos casos denunciados neste e noutros blogs, a Serra pode continuar a seguir este caminho? Eu respondo, não não e não! Já chega! Basta!
O que pretendo com este post é apenas mostrar, uma vez mais, a outra realidade que a Serra da Estrela tem para nos mostrar.
Basta andar um pouco atento e são tantos os casos que dão que pensar.
PS: após algumas criticas que recebi em relação ao post que tanta polémica gerou, em que certos leitores me enviaram e-mails e comentários a dizer que este blog era bastante fundamentalista e radical, gostaria agora de perguntar a essas mesmas pessoas se ainda têm a mesma opinião em relação ao blog.
Independentemente da resposta, vou continuar a “trabalhar” e a denunciar situações, para que a nossa Serra (que é de todos) tenha dias melhores…
Alternativa ao ski na Serra da Estrela
Ah pois é, parece que a vaga de frio está aí a chegar.
São duas da manhã, lá fora faz um frio de rachar e nem quero imaginar a temperatura que já deve estar lá em cima.
Suponho que os 40 e tal canhões de neve já devem estar a desempenhar o seu papel, para que quanto antes, a estância possa abrir novamente após uns dias de pausa.
Mas enquanto isso não acontece, e porque também gosto de dar sugestões para além de criticar, gostaria de propôr aos amantes de ski uma alternativa para a pratica dessa modalidade.
Assim sendo, convido-os a verem o video que anexo.
PS: não sei se no preço do forfait está incluída a ave para depenar...
São duas da manhã, lá fora faz um frio de rachar e nem quero imaginar a temperatura que já deve estar lá em cima.
Suponho que os 40 e tal canhões de neve já devem estar a desempenhar o seu papel, para que quanto antes, a estância possa abrir novamente após uns dias de pausa.
Mas enquanto isso não acontece, e porque também gosto de dar sugestões para além de criticar, gostaria de propôr aos amantes de ski uma alternativa para a pratica dessa modalidade.
Assim sendo, convido-os a verem o video que anexo.
PS: não sei se no preço do forfait está incluída a ave para depenar...
Denúncias dos Leitores... # 08
Hoje recebi este e-mail enviado pelo leitor Pedro Simões:
"Gostaria de vos apresentar uma série de fotografias.
O local é a Torre, alto da Serra da Estrela, mais concretamente a menos de 50 metros de antigo observatório, convertido em base/posto da GNR.
A razão destas fotografias é evidente, um veículo em estado de sucata, depositado no ponto mais alto de Portugal Continental.
Segundo consegui averiguar a viatura já se encontra no local há "algum tempo".
Penso que poderíamos espalhar esta triste notícia para que as autoridades competentes tomem as devidas medidas. Ao fim ao cabo, o veículo encontra-se a menos de 50 metros de um posto da GNR..."
Resta-me agradecer o e-mail enviado e espero que mais leitores enviem as suas fotografias e as suas denúncias para o e-mail de contacto.
"Gostaria de vos apresentar uma série de fotografias.
O local é a Torre, alto da Serra da Estrela, mais concretamente a menos de 50 metros de antigo observatório, convertido em base/posto da GNR.
A razão destas fotografias é evidente, um veículo em estado de sucata, depositado no ponto mais alto de Portugal Continental.
Segundo consegui averiguar a viatura já se encontra no local há "algum tempo".
Penso que poderíamos espalhar esta triste notícia para que as autoridades competentes tomem as devidas medidas. Ao fim ao cabo, o veículo encontra-se a menos de 50 metros de um posto da GNR..."
Resta-me agradecer o e-mail enviado e espero que mais leitores enviem as suas fotografias e as suas denúncias para o e-mail de contacto.
domingo, janeiro 21, 2007
Impactos positivos?!... # 01
Após o post onde coloquei as fotografias de transladação de neve, voltei ao local dos acontecimentos para fotografar o resultado das mesmas.
As fotos que se seguem são uma amostra do que se pode ver in loco.
Há umas semanas atrás, li num jornal regional (acerca dos 100 milhões de euros que aí vêm do programa Piter) que impactos, a haver, seriam positivos.
A pergunta que seria interessante colocar neste momento, é se são estes os impactos positivos a que se referiam?
As fotos que se seguem são uma amostra do que se pode ver in loco.
Há umas semanas atrás, li num jornal regional (acerca dos 100 milhões de euros que aí vêm do programa Piter) que impactos, a haver, seriam positivos.
A pergunta que seria interessante colocar neste momento, é se são estes os impactos positivos a que se referiam?
sexta-feira, janeiro 19, 2007
Opiniões... # 01
Snowboarder de olhos abertos disse... (em relação ao post da polémica...)
Gostava de reforçar a posição do ljma (não sou o seu Padrinho), como resposta ao nossos colegas de debate PG e porque não, também ao cabeleira (que até o conheço pessoalmente).
Ponto 1 - Já frequentei muitas estâncias no estrangeiro (Cantábria, Nevada, Pirinéus e Alpes). Até hoje nunca presenciei o que tive oportunidade de ver nas fotografias. O que vi sim, foi o mesmo processo utilizando ratracks, mas sobre neve, como é óbvio. As únicas vezes que assisti a transbordos de neve utilizando retros e camiões (e não tractores agrícolas com reboque), as retros retiravam a neve das laterais da estradas/caminhos (sem sair destes atenção) e os camiões transportavam-na até à entrada da estância (os ratracks faziam o resto). Tudo bem. Aplaudo
Ponto 2 – O facto de ser retirada dentro da área da estância não implica não inibe a Turistrela de violas constantemente os deveres de qualquer entidade de preservar o espaço circundante. (até hoje, que medidas de fundo e com aplicação prática a Turistrela tem tomado para preservar o espaço interior da concessão? Ou não será também da responsabilidade dela, como principal agente turístico?) A Turistrela detém a concessão da estância, mas não da neve e muito menos do terreno, tal e qual como de uma renda de casa se tratasse. Eu tenho o direito de viver nela, mas tenho que a respeitar, a preservar, a dignificar, pois ela não é minha. Qualquer intervenção que faça, tenho que pedir autorização ao senhorio. É ou não é?
Ponto 3
3a) De certeza que não sabem o que são os cervunais: “Prados de altitudes”. Como é óbvio, só pelo nome dá para entender que são ecossistemas florísticos sensíveis e raros em Portugal, fundamentais para evitar a erosão, quer na zona da Torre (naturalmente bastante propícia à erosão), como das cotas inferiores. (Serão um empecilho assim tão grande?) Pelas imagens, vê-se perfeitamente que nem sabem o que pisam. Nem sabem que planalto da Torre, na qual se integra o espaço vedado pela Turistrela (cuja aspecto legal ainda é duvidoso), está inserido na Rede Natura 2000 (sim, isto existe), que foi considerado por vários organismos internacionais com Zona de Preservação Prioritária (sabem o que é isso?).
3b) O planalto da Torre é o exíguo território preferencial da Lacerda montícola subp montícola (não se esqueçam que os repteis já habitava a Terra muito antes de nós e que são um exemplo vivo de adaptabilidade e sobrevivência). Além disso, esta espécie, em Portugal, está restrita unicamente à Serra da Estrela, a partir dos 1400m até aos 1993m, distribuindo-se por uma área de cerca de 57 Km2. Tem o estatuto de rara, sendo que o principal factor de ameaça é, como não podia deixar de ser, a alteração e degradação do habitat. Se em vez de ser tractor ou retro a carregar neve para vocês irem fazer ski ou snowboard, fosse uma pessoa a circular de moto 4 ou de TT, ou mesmo de bicicleta, será que não tinham a mesma opinião de nós????? O planalto da Torre é o maior exemplo de planalto glaciário (de nome técnico fjeld) de Portugal, possuindo dessa forma, características geológicas e morfológicas ímpares. É óbvio que qualquer movimentação de máquinas tem um determinado impacto e positivo não é de certeza. (não posso dizer o nível de grau, pois não tenho qualificações técnicas para o determinar e justificar).
Ponto 4 - Será que manter a Estância Vodafone Serra da Estrela 1991 (e não 2000. Que mania esta das grandezas.), com uma pista de 100 metros (não sei bem ao certo, mas não deve andar longe), com neve-terra, a um preço de € 25,00. (agora só ao fim-de-semana e mesmo assim: sem comentários) é a real imagem forte que a Serra da Estrela dá? Vocês pagavam para usufruir de um serviço deste patamar?Como turistas, pela 1.ª vez na Estrela, mesmo que embebidos num marketing (duvidoso) de que a mesma tem que ser forçosamente igual ao Algarve e companhia, vocês, como cidadãos, gostavam de presenciar a este espectáculo automobilístico TT?
Seremos nós os fundamentalistas? Aqueles que querem preservar um património, cuja génese remonta a qualquer coisa como cerca 650 milhões de anos, que é de todos, que é um sinónimo de poder da natureza, de preservação, de imponência, de algo que nos viu nascer e evoluir como espécie e que, como tal, merece o nosso mais digno respeito, sem violações, sem estruturas degradantes, sem “showbis” apoiados por pessoas e entidades que pouco mais conhecem do vêm e presenciam da EN339. Eu pergunto. A demagogia e o fundamentalismo vêm mesmo, mas mesmo da nossa parte?
Olhem à vossa volta, explorem, estudem, sintam, vejam o que realmente é a Serra da Estrela e o seu verdadeiro imaginável potencial turístico. Que o seu potencial não se esgota somente na estância nem na neve. Há 20 anos que as entidades competentes dizem que a serra não é só neve. Mesmo assim, todas as suas campanhas e investimentos continuam a bater na mesma tecla (veja-se o último PITER). Como dizia Michael Porter, mais ou menos por estas palavras: uma empresa que continua a apostar num produto que se esgota e cuja utilidade se esvazia ou é incompetente ou é burra.
P.S. Sou snowboarder lúdico (não sem fazer 360, 540, rodeo´s e por aó fora) à mais de 8 anos, que passei a questionar o que está debaixo e para além da neve sobre o qual deslizo. Não só contra a estância de ski, e até sou cliente assíduo (e pago), mas considero que, como tudo, tem que haver equilíbrios. E é engraçado ver que a balança pende sempre mais para um determinado lado. Vocês sabem qual é…é pena.
Gostava de reforçar a posição do ljma (não sou o seu Padrinho), como resposta ao nossos colegas de debate PG e porque não, também ao cabeleira (que até o conheço pessoalmente).
Ponto 1 - Já frequentei muitas estâncias no estrangeiro (Cantábria, Nevada, Pirinéus e Alpes). Até hoje nunca presenciei o que tive oportunidade de ver nas fotografias. O que vi sim, foi o mesmo processo utilizando ratracks, mas sobre neve, como é óbvio. As únicas vezes que assisti a transbordos de neve utilizando retros e camiões (e não tractores agrícolas com reboque), as retros retiravam a neve das laterais da estradas/caminhos (sem sair destes atenção) e os camiões transportavam-na até à entrada da estância (os ratracks faziam o resto). Tudo bem. Aplaudo
Ponto 2 – O facto de ser retirada dentro da área da estância não implica não inibe a Turistrela de violas constantemente os deveres de qualquer entidade de preservar o espaço circundante. (até hoje, que medidas de fundo e com aplicação prática a Turistrela tem tomado para preservar o espaço interior da concessão? Ou não será também da responsabilidade dela, como principal agente turístico?) A Turistrela detém a concessão da estância, mas não da neve e muito menos do terreno, tal e qual como de uma renda de casa se tratasse. Eu tenho o direito de viver nela, mas tenho que a respeitar, a preservar, a dignificar, pois ela não é minha. Qualquer intervenção que faça, tenho que pedir autorização ao senhorio. É ou não é?
Ponto 3
3a) De certeza que não sabem o que são os cervunais: “Prados de altitudes”. Como é óbvio, só pelo nome dá para entender que são ecossistemas florísticos sensíveis e raros em Portugal, fundamentais para evitar a erosão, quer na zona da Torre (naturalmente bastante propícia à erosão), como das cotas inferiores. (Serão um empecilho assim tão grande?) Pelas imagens, vê-se perfeitamente que nem sabem o que pisam. Nem sabem que planalto da Torre, na qual se integra o espaço vedado pela Turistrela (cuja aspecto legal ainda é duvidoso), está inserido na Rede Natura 2000 (sim, isto existe), que foi considerado por vários organismos internacionais com Zona de Preservação Prioritária (sabem o que é isso?).
3b) O planalto da Torre é o exíguo território preferencial da Lacerda montícola subp montícola (não se esqueçam que os repteis já habitava a Terra muito antes de nós e que são um exemplo vivo de adaptabilidade e sobrevivência). Além disso, esta espécie, em Portugal, está restrita unicamente à Serra da Estrela, a partir dos 1400m até aos 1993m, distribuindo-se por uma área de cerca de 57 Km2. Tem o estatuto de rara, sendo que o principal factor de ameaça é, como não podia deixar de ser, a alteração e degradação do habitat. Se em vez de ser tractor ou retro a carregar neve para vocês irem fazer ski ou snowboard, fosse uma pessoa a circular de moto 4 ou de TT, ou mesmo de bicicleta, será que não tinham a mesma opinião de nós????? O planalto da Torre é o maior exemplo de planalto glaciário (de nome técnico fjeld) de Portugal, possuindo dessa forma, características geológicas e morfológicas ímpares. É óbvio que qualquer movimentação de máquinas tem um determinado impacto e positivo não é de certeza. (não posso dizer o nível de grau, pois não tenho qualificações técnicas para o determinar e justificar).
Ponto 4 - Será que manter a Estância Vodafone Serra da Estrela 1991 (e não 2000. Que mania esta das grandezas.), com uma pista de 100 metros (não sei bem ao certo, mas não deve andar longe), com neve-terra, a um preço de € 25,00. (agora só ao fim-de-semana e mesmo assim: sem comentários) é a real imagem forte que a Serra da Estrela dá? Vocês pagavam para usufruir de um serviço deste patamar?Como turistas, pela 1.ª vez na Estrela, mesmo que embebidos num marketing (duvidoso) de que a mesma tem que ser forçosamente igual ao Algarve e companhia, vocês, como cidadãos, gostavam de presenciar a este espectáculo automobilístico TT?
Seremos nós os fundamentalistas? Aqueles que querem preservar um património, cuja génese remonta a qualquer coisa como cerca 650 milhões de anos, que é de todos, que é um sinónimo de poder da natureza, de preservação, de imponência, de algo que nos viu nascer e evoluir como espécie e que, como tal, merece o nosso mais digno respeito, sem violações, sem estruturas degradantes, sem “showbis” apoiados por pessoas e entidades que pouco mais conhecem do vêm e presenciam da EN339. Eu pergunto. A demagogia e o fundamentalismo vêm mesmo, mas mesmo da nossa parte?
Olhem à vossa volta, explorem, estudem, sintam, vejam o que realmente é a Serra da Estrela e o seu verdadeiro imaginável potencial turístico. Que o seu potencial não se esgota somente na estância nem na neve. Há 20 anos que as entidades competentes dizem que a serra não é só neve. Mesmo assim, todas as suas campanhas e investimentos continuam a bater na mesma tecla (veja-se o último PITER). Como dizia Michael Porter, mais ou menos por estas palavras: uma empresa que continua a apostar num produto que se esgota e cuja utilidade se esvazia ou é incompetente ou é burra.
P.S. Sou snowboarder lúdico (não sem fazer 360, 540, rodeo´s e por aó fora) à mais de 8 anos, que passei a questionar o que está debaixo e para além da neve sobre o qual deslizo. Não só contra a estância de ski, e até sou cliente assíduo (e pago), mas considero que, como tudo, tem que haver equilíbrios. E é engraçado ver que a balança pende sempre mais para um determinado lado. Vocês sabem qual é…é pena.
quinta-feira, janeiro 18, 2007
Obrigado!
O gráfico em cima mostra a loucura que ontem se passou aqui pelo blog.A todos os leitores resta-me dizer Muito Obrigado pelas vossas visitas e pelo vosso apoio.
Espero um dia poder "fechar" isto, era bom sinal, era sinal que a Estrela estava melhor, mas até esse dia lá terei que continuar a missão a que me propus...
Já agora, se tiver também algumas fotografias ou denúncias a fazer, envie-me as mesmas para o e-mail de contacto.
quarta-feira, janeiro 17, 2007
Porque defendo a Serra da Estrela... # 01
Após ter colocado o último post no blog, apercebi-me que bastantes leitores têm dentro deles o mesmo sentimento que eu tenho pela Serra da Estrela.
Falando das minhas vivências na Serra da Estrela, “sou do tempo” (quando ainda era um fedelho) em que nos sábados de tarde ía para a Serra, fazer o belo do piquenique e dar uns pontapés na bola, enquanto os mais velhos se entretiam a dormir a sesta.
Os spots escolhidos eram vários, mas os mais frequentes eram o Covão da Ametade e as proximidades da “Santa” a caminho da Torre. Durante as férias, lá vinham os 15 dias passados nas Penhas da Saúde, local onde esmurrei os joelhos, até aprender a andar de bicicleta. Mais tarde, com uma “bicicross” comecei timidamente a aventurar-me pelos caminhos da Serra. Depois veio aquele fatídico dia do grande incêndio da Serra da Estrela, que fui controlando à distância e tristemente assisti ao seu avançar, sem que os meios existentes o conseguissem debelar. Talvez este dia, olhando agora a esta distância, tenha marcado o fim de um ciclo em que muitos Covilhanenses se deslocavam até à Serra para passar parte dos seus tempos livres. Digo isso, porque também falo por experiência própria. Foi triste ver, de um momento para o outro, a Serra totalmente destruída. Era demasiado doloroso… Mas a vida continua e há que olhar em frente. Pouco tempo após o sucedido, a natureza começou a fazer o seu papel e inclusive alguma da vegetação existente começa de novo a renascer. Renasce a Serra e recomeçam as minhas idas para a montanha a pé ou de BTT. Caminhadas (diurnas e noturnas), passeios, raids, já fiz de tudo um pouco pela imensidão da Estrela. Cada vez que ía para fora, lembrava-me da falta desse monte onde a Covilhã está apoiada, mas que apesar desse apoio tantas vezes lhe vira as costas. E é a este ponto que queria chegar. A Serra da Estrela está a sofrer. E sofre sobretudo pelo abandono que as gentes da Covilhã (e não só) lhe têm dado os últimos tempos. Ela necessita de apoio, de afeição, de cuidado. Como? Julgo que a resposta não é através do que se lhe vem dando. Penso que se a Serra pudesse falar já teria gritado com tanta “ferida” que se lhe está a causar. Mas como não se pode queixar, assiste impotente ao que lhe está a acontecer. As suas faldas cada vez mais reduzidas, o seu interior cada vez mais urbanizado (veja-se a zona das Penhas da Saúde), mais esventrado de estradas a que chamam verdes (imagino se fossem de outra cor) e o seu coração cada vez mais atrofiado (planos de desenvolvimento para a zona da estância), para não enumerar mais casos.
Quem a pode salvar? Todos nós! Entre outras coisas eu faço este blog, que nasceu da revolta que um dia senti quando me desloquei da Covilhã até Manteigas e vi o estado lastimoso em que se encontrava a nossa Serra naquele dia.
Melhoras desde aí? Não… não vi grande coisa. Novidades aconteceram muitas, mas não em prol da protecção da nossa Serra. Veja-se os casos mais sonantes como por exemplo a mini-cidade de montanha que se está a anunciar para a zona das Penhas da Saúde, bem como o aumento do perímetro da estância na zona da Torre ou ainda os 100 milhões que aí vêm e que por agora só vi referenciados projectos que exigem construção, construção, construção…
Para muitos o meu discurso pode ser algo lamechas, mas como o blog é da minha responsabilidade escrevo o reflexo da minha opinião. Assim sendo, gostaria de dizer que se para muitos o caminho certo é este, também há gente que acha o contrário e que, infelizmente, teima em não ser ouvida. O que acho é que a Serra é de todos e o que se tem assistido ultimamente é que certas entidades têm realizado o que “bem querem e lhes apetece” sem que sejam responsabilizados pelos seus actos. Depois de visitar algumas Serras lá fora, nomeadamente Sierra Nevada e Pirinéus (e não durante o Inverno em que a neve cobre tudo e tudo fica tão lindo) apercebi-me que o turismo que se tem desenvolvido na Serra da Estrela é totalmente irreal. Não é que a minha opinião já não fosse essa antes de ir a esses sítios e consultar sites na net de outros locais que um dia ambiciono visitar, mas os últimos tempos certos acontecimentos têm provocado dentro de mim uma revolta tão grande que tento, através deste blog, aliviar um pouco esse sentimento. Desde que criei este blog apercebi-me que mais gente também tem essa mesma opinião e isso para mim tem sido uma verdadeira surpresa. Haver um feedback tão positivo em relação a certos casos que tenho denunciado bem como leitores que me enviam fotografias para denunciar outros casos têm-me dado ânimo para manter minimamente actualizado o blog.
E não faço isto com a intenção de atacar a entidade A, B ou C. Nem com motivações politico-partidárias, nem com o objectivo de algum dia vir a ocupar um qualquer cargo importante nas chefias de alguma entidade responsável da Serra da Estrela.
Faço isto, porque sinto que tenho que libertar o sentimento que trago dentro de mim e sobretudo para tentar evitar que a nossa Serra entre numa fase irreversível em que voltar atrás será já um passo impossível. Faço isto sobretudo para que os meus filhos e os filhos dos meus amigos, possam viver a Serra melhor ainda do que eu a vivi, onde possam ir “piquenicar” com a família a algum sítio onde ainda haja árvores, onde possam aprender a andar de “bike” sem que nenhuma das limousines dos clientes de casinos os atropelem, que os papás possam dormir a sesta sem que o barulho dos bares e discotecas da mini-cidade de montanha os possa incomodar e quem sabe, se por acaso ainda nevar, usufruir da estância para fazer um pouco de ski ou snowboard, enquanto os seus amigos dão uma volta de BTT ou fazem um passeio ou um pouco de escalada, etc, etc, etc…
Ps: para finalizar gostaria de dizer que paralelamente a este blog também tenho o Maravilhas da Estrela em que mostro o lado bom da Serra, o lado do bem saber fazer, o lado para o qual a nossa Serra deveria de se encaminhar…
Ps1: para finalizar (e desta é que é) gostaria de referir que Cova Juliana não é nenhum “nome de autor anónimo” com o qual assino os meus artigos. Trata-se sim do pseudónimo que escolhi. Da wikipedia retiro esta frase “Pseudónimo é normalmente um nome inventado por um escritor, um poeta, um jornalista ou artista que não queira ou não possa assinar suas próprias obras”. Durante a História, muitos foram os indivíduos que usaram pseudónimos, muitos ainda usam e muitos continuarão a usar no futuro…
Falando das minhas vivências na Serra da Estrela, “sou do tempo” (quando ainda era um fedelho) em que nos sábados de tarde ía para a Serra, fazer o belo do piquenique e dar uns pontapés na bola, enquanto os mais velhos se entretiam a dormir a sesta.
Os spots escolhidos eram vários, mas os mais frequentes eram o Covão da Ametade e as proximidades da “Santa” a caminho da Torre. Durante as férias, lá vinham os 15 dias passados nas Penhas da Saúde, local onde esmurrei os joelhos, até aprender a andar de bicicleta. Mais tarde, com uma “bicicross” comecei timidamente a aventurar-me pelos caminhos da Serra. Depois veio aquele fatídico dia do grande incêndio da Serra da Estrela, que fui controlando à distância e tristemente assisti ao seu avançar, sem que os meios existentes o conseguissem debelar. Talvez este dia, olhando agora a esta distância, tenha marcado o fim de um ciclo em que muitos Covilhanenses se deslocavam até à Serra para passar parte dos seus tempos livres. Digo isso, porque também falo por experiência própria. Foi triste ver, de um momento para o outro, a Serra totalmente destruída. Era demasiado doloroso… Mas a vida continua e há que olhar em frente. Pouco tempo após o sucedido, a natureza começou a fazer o seu papel e inclusive alguma da vegetação existente começa de novo a renascer. Renasce a Serra e recomeçam as minhas idas para a montanha a pé ou de BTT. Caminhadas (diurnas e noturnas), passeios, raids, já fiz de tudo um pouco pela imensidão da Estrela. Cada vez que ía para fora, lembrava-me da falta desse monte onde a Covilhã está apoiada, mas que apesar desse apoio tantas vezes lhe vira as costas. E é a este ponto que queria chegar. A Serra da Estrela está a sofrer. E sofre sobretudo pelo abandono que as gentes da Covilhã (e não só) lhe têm dado os últimos tempos. Ela necessita de apoio, de afeição, de cuidado. Como? Julgo que a resposta não é através do que se lhe vem dando. Penso que se a Serra pudesse falar já teria gritado com tanta “ferida” que se lhe está a causar. Mas como não se pode queixar, assiste impotente ao que lhe está a acontecer. As suas faldas cada vez mais reduzidas, o seu interior cada vez mais urbanizado (veja-se a zona das Penhas da Saúde), mais esventrado de estradas a que chamam verdes (imagino se fossem de outra cor) e o seu coração cada vez mais atrofiado (planos de desenvolvimento para a zona da estância), para não enumerar mais casos.
Quem a pode salvar? Todos nós! Entre outras coisas eu faço este blog, que nasceu da revolta que um dia senti quando me desloquei da Covilhã até Manteigas e vi o estado lastimoso em que se encontrava a nossa Serra naquele dia.
Melhoras desde aí? Não… não vi grande coisa. Novidades aconteceram muitas, mas não em prol da protecção da nossa Serra. Veja-se os casos mais sonantes como por exemplo a mini-cidade de montanha que se está a anunciar para a zona das Penhas da Saúde, bem como o aumento do perímetro da estância na zona da Torre ou ainda os 100 milhões que aí vêm e que por agora só vi referenciados projectos que exigem construção, construção, construção…
Para muitos o meu discurso pode ser algo lamechas, mas como o blog é da minha responsabilidade escrevo o reflexo da minha opinião. Assim sendo, gostaria de dizer que se para muitos o caminho certo é este, também há gente que acha o contrário e que, infelizmente, teima em não ser ouvida. O que acho é que a Serra é de todos e o que se tem assistido ultimamente é que certas entidades têm realizado o que “bem querem e lhes apetece” sem que sejam responsabilizados pelos seus actos. Depois de visitar algumas Serras lá fora, nomeadamente Sierra Nevada e Pirinéus (e não durante o Inverno em que a neve cobre tudo e tudo fica tão lindo) apercebi-me que o turismo que se tem desenvolvido na Serra da Estrela é totalmente irreal. Não é que a minha opinião já não fosse essa antes de ir a esses sítios e consultar sites na net de outros locais que um dia ambiciono visitar, mas os últimos tempos certos acontecimentos têm provocado dentro de mim uma revolta tão grande que tento, através deste blog, aliviar um pouco esse sentimento. Desde que criei este blog apercebi-me que mais gente também tem essa mesma opinião e isso para mim tem sido uma verdadeira surpresa. Haver um feedback tão positivo em relação a certos casos que tenho denunciado bem como leitores que me enviam fotografias para denunciar outros casos têm-me dado ânimo para manter minimamente actualizado o blog.
E não faço isto com a intenção de atacar a entidade A, B ou C. Nem com motivações politico-partidárias, nem com o objectivo de algum dia vir a ocupar um qualquer cargo importante nas chefias de alguma entidade responsável da Serra da Estrela.
Faço isto, porque sinto que tenho que libertar o sentimento que trago dentro de mim e sobretudo para tentar evitar que a nossa Serra entre numa fase irreversível em que voltar atrás será já um passo impossível. Faço isto sobretudo para que os meus filhos e os filhos dos meus amigos, possam viver a Serra melhor ainda do que eu a vivi, onde possam ir “piquenicar” com a família a algum sítio onde ainda haja árvores, onde possam aprender a andar de “bike” sem que nenhuma das limousines dos clientes de casinos os atropelem, que os papás possam dormir a sesta sem que o barulho dos bares e discotecas da mini-cidade de montanha os possa incomodar e quem sabe, se por acaso ainda nevar, usufruir da estância para fazer um pouco de ski ou snowboard, enquanto os seus amigos dão uma volta de BTT ou fazem um passeio ou um pouco de escalada, etc, etc, etc…
Ps: para finalizar gostaria de dizer que paralelamente a este blog também tenho o Maravilhas da Estrela em que mostro o lado bom da Serra, o lado do bem saber fazer, o lado para o qual a nossa Serra deveria de se encaminhar…
Ps1: para finalizar (e desta é que é) gostaria de referir que Cova Juliana não é nenhum “nome de autor anónimo” com o qual assino os meus artigos. Trata-se sim do pseudónimo que escolhi. Da wikipedia retiro esta frase “Pseudónimo é normalmente um nome inventado por um escritor, um poeta, um jornalista ou artista que não queira ou não possa assinar suas próprias obras”. Durante a História, muitos foram os indivíduos que usaram pseudónimos, muitos ainda usam e muitos continuarão a usar no futuro…
segunda-feira, janeiro 15, 2007
Para quê canhões de neve? O que são precisas é escavadoras!...
Este fim de semana lá vou eu à Serra para tentar perceber se a pista (única) da estância estava ou não aberta.
Passo pelas Penhas da Saúde, neve… nada.
Passo pelos Piornos, neve… nada.
Chego à “Santa”, neve… nada.
Comecei de imediato a pensar, “mas afinal há neve ou não há?”.
Curva do Cântaro e eis os primeiros vestígios de neve na nossa Serra!
Cruzamento para a Torre, opto por virar à direita em direcção à Estância.
Tcham tcham… chegava à Estância Vodafone 2000… Estância?! Mas… mas aquilo ali em baixo, TÃO pequeno é que é a Estância Vodafone 2000?! Enfim… Uma pista (se assim se lhe pode chamar) com menos de 100m, com a neve tão espessa como o mil folhas que levava para lanchar, 7 utilizadores em simultâneo e ao redor a magnifica paisagem de ferro-velho formada por teleskis, canhões, etc e tal… e a telecadeira a funcionar, tipo atracção da feira popular do género “mais 5 euros, mais uma volta”!
Enfim… A palavra que me veio de imediato à cabeça foi: Degredo!
Como é possível dizer-se que se tem a estância em funcionamento, com as condições que são oferecidas… e o forfait ao mesmo preço?! 25eur?! Só podem estar a gozar…
A foto que comprova o que descrevi é esta aqui em baixo:
Passo pelas Penhas da Saúde, neve… nada.
Passo pelos Piornos, neve… nada.
Chego à “Santa”, neve… nada.
Comecei de imediato a pensar, “mas afinal há neve ou não há?”.
Curva do Cântaro e eis os primeiros vestígios de neve na nossa Serra!
Cruzamento para a Torre, opto por virar à direita em direcção à Estância.
Tcham tcham… chegava à Estância Vodafone 2000… Estância?! Mas… mas aquilo ali em baixo, TÃO pequeno é que é a Estância Vodafone 2000?! Enfim… Uma pista (se assim se lhe pode chamar) com menos de 100m, com a neve tão espessa como o mil folhas que levava para lanchar, 7 utilizadores em simultâneo e ao redor a magnifica paisagem de ferro-velho formada por teleskis, canhões, etc e tal… e a telecadeira a funcionar, tipo atracção da feira popular do género “mais 5 euros, mais uma volta”!
Enfim… A palavra que me veio de imediato à cabeça foi: Degredo!
Como é possível dizer-se que se tem a estância em funcionamento, com as condições que são oferecidas… e o forfait ao mesmo preço?! 25eur?! Só podem estar a gozar…
A foto que comprova o que descrevi é esta aqui em baixo:
“Vamos mas é embora” pensei eu. Meto-me no carro e meia volta regresso à Covilhã. Quando chegou ao cruzamento da Torre pensei, “vir até aqui e não ir à Torre, é como ir a Roma e não ir ao Vaticano”. Viro à direita e lá vou eu a caminho do ponto mais alto de Portugal Continental. Uns metros mais à frente vejo a coisa mais incrível, ridícula, estúpida, brutal, impressionante, inadmissível, e por aí fora, que até hoje tinha visto na Serra da Estrela aka Parque Natural aka Zona Protegida aka Rede Natura 2000.
Uma escavadora… sim, leu bem… uma escavadora a carregar NEVE para um reboque puxado por um tractor… sim, leu mesmo bem!
De imediato as dúvidas surgiram na minha cabeça. Será que estaria alguém soterrado debaixo daquela neve? Será que alguém teria perdido um telemóvel e estavam a tentar encontrá-lo? Será que… oh meu deus… não, não pode… deixa-me cá dar a volta ao pinoco li em cima e já tiro a prova se é mesmo o que estou a pensar…
É mesmo… vejam as fotos… o resto penso que “mais vale uma imagem que mil palavras…” e se forem 7 imagens quantas palavras é que valem?!
É incrível, mas é mesmo verdade. A Estância Vodafone 2000 está a ser “ALIMENTADA” diariamente com neve retirada de outros pontos da Serra!!! Acha isto normal?! Eu sinceramente não acho!
Acho profundamente ridículo fazer o que se anda a fazer, apenas e só para dizer que as estância ainda não fechou!!! Para estar assim, não sei se era melhor (e mais viável) estar fechada!!!
Peço que vejam as fotos mais uma vez. São fotos inéditas, de algo que já se comentava, mas que ninguém tinha conseguido fotografar com esta proximidade. Não foram manipuladas, nem editadas, encontrando-se no seu estado bruto para que os leitores possam ver e tentar perceber (se é que é possível perceber) este tipo de atitude.
Por fim gostaria de colocar algumas questões e se alguém souber que me responda:
Será que eu também posso ir com uma escavadora e um reboque à Serra buscar neve para fazer uma pista no meu quintal?
Será que esta atitude é de todo legal?
Quem são a(s) entidade(S) que pode(m) por cobro a esta situação?
Será que no contrato de concessão está discriminado que pode ser efectuado este tipo de actividades?
Não será considerada PUBlicidade enganosa o facto de se anunciar no site a telecadeira em funcionamento, quando a mesma só serve para passeios tipo carrossel?
Será que os amantes de esqui e snowboard estão de acordo com a manutenção da estância em funcionamento?
Para finalizar… foi triste ver tanto turista tirar fotos aos reboque com neve quando passava pela estrada. É ESTA A IMAGEM QUE QUER QUE OS TURISTAS LEVEM DA NOSSA SERRA DA ESTRELA? Para esta questão eu tenho resposta! NÃO!
Já chega de tanta fantochada e/ou palhaçada de andarmos a BRINCAR ao turismo de montanha! Até quando esta vergonha vai continuar?!
Ps: aproveito para dizer a todos os meus caros leitores que vou enviar um e-mail com estas imagens e link do blog para vários meios de comunicação social e vou esperar se o Silêncio se vai manter. Depois de em Dezembro último terem feito tanta PUBlicidade à Estância Vodafone 2000, acho imperioso que divulguem igualmente o que se está aqui a passar…
terça-feira, janeiro 09, 2007
Descubra as diferenças... # 01
Boa noite caro leitor. Desta vez decidi fazer um passatempo online que consiste em descobrir as diferenças entre 3 imagens da webcam da estância vodafone 2000.
Já sei que não é tarefa fácil, mas tente...
ps: uma ajuda... comece por reparar nas datas de cada imagem... não lhe parece estranho? das duas uma... ou na nossa Serra a neve nem derrete ou a imagem é sempre a mesma.
ps1: e o todo terreno?! é para tapar um pouco a falta de neve ou é para publicitar o modelo do jipe?
Já sei que não é tarefa fácil, mas tente...
ps: uma ajuda... comece por reparar nas datas de cada imagem... não lhe parece estranho? das duas uma... ou na nossa Serra a neve nem derrete ou a imagem é sempre a mesma. ps1: e o todo terreno?! é para tapar um pouco a falta de neve ou é para publicitar o modelo do jipe?
segunda-feira, janeiro 01, 2007
Nem tudo o que vem à rede é peixe...
Pois é, em vez da neve que teima em não aparecer, o que aparece sempre em cada Inverno sao os "tradicionais" sacos de plástico do "Sku".
Sempre me intrigou o porquê de haver tantos sacos de plástico "à solta" na zona da Estância, mas este fim de semana percebi o motivo.
Digamos que o que acontece é que os "skuadores", quando se fartam de "skuar", largam os seus sacos do "sku" para que outras pessoas possam experimentar esta modalidade bastante radical sempre em voga na Serra da Estrela (eu próprio já a pratiquei quando ainda nevava).
Agora, com a ajuda da rede que eu pensava que era para delimitar a Estância, a tarefa de apanhar um desses sacos de "sku" é relativamente mais fácil. É que antes e com a ajuda do vento, raros eram aqueles que podiam apanhar um desses sacos e por vezes tinham que andar algumas dezenas de metros para apanhar um que estivesse preso a alguma rocha ou arbusto.
Pois é... quem diria que num dia de Inverno, com a Estância aberta quase sem neve, eu iria descobrir resposta para estas duas dúvidas que me atormentavam à tanto tempo... a função daquela rede junto à estrada e o porquê de tanto saco plástico na Serra...
Afinal nem tudo o que vem à rede é peixe... na Serra da Estrela são sacos de "skuar".
Sempre me intrigou o porquê de haver tantos sacos de plástico "à solta" na zona da Estância, mas este fim de semana percebi o motivo.
Digamos que o que acontece é que os "skuadores", quando se fartam de "skuar", largam os seus sacos do "sku" para que outras pessoas possam experimentar esta modalidade bastante radical sempre em voga na Serra da Estrela (eu próprio já a pratiquei quando ainda nevava).
Agora, com a ajuda da rede que eu pensava que era para delimitar a Estância, a tarefa de apanhar um desses sacos de "sku" é relativamente mais fácil. É que antes e com a ajuda do vento, raros eram aqueles que podiam apanhar um desses sacos e por vezes tinham que andar algumas dezenas de metros para apanhar um que estivesse preso a alguma rocha ou arbusto.
Pois é... quem diria que num dia de Inverno, com a Estância aberta quase sem neve, eu iria descobrir resposta para estas duas dúvidas que me atormentavam à tanto tempo... a função daquela rede junto à estrada e o porquê de tanto saco plástico na Serra...
Afinal nem tudo o que vem à rede é peixe... na Serra da Estrela são sacos de "skuar".
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