domingo, dezembro 31, 2006

sexta-feira, dezembro 29, 2006

Queixa... # 01

A sucessão de notícias sobre a Serra da Estrela e os milhões prometidos, fez-me entrar no google e pesquisar por várias palavras, entre elas Turistrela.
Queria tentar perceber porque é que cada vez que há uma reportagem na nossa Serra, os intervenientes têm que ser sempre os mesmos... um administrador da Turistrela e o presidente da RTSE.
Nisto, em menos de 1 segundo, lá sai a maravilhosa listagem de sites, relacionados com a palavra Turistrela, mas há um que me desperta a atenção:

:: Queixa: Turistrela :: Tipo: Inconpetência :: ...

(faça você mesmo a pesquisa e constate…)

Pelo que se pode imediatamente perceber trata-se da queixa de um cliente contra o serviço prestado na Estância da Esqui da Serra da Estrela. Apesar de ser de 2004, acho importante revelar o conteúdo da mesma.... Assim sendo:

queixa / reclamação nº: 6455
autor: Albertino Fernandes
entidade visada: Turistrela
tipo de queixa / reclamação: Incompetência
data: 2004-01-04 17:33:22

Texto da queixa / reclamação:

Vou transcrever abaixo o teor de um email enviado á turistrela a propósito da qualidade do serviço na estância de ski da serra da estrela.

Ex.mos Srs (quem quer que dirija a ?estância? e que se interesse pelo bem estar dos utentes). Após dez anos de ausência, devido à notória falta de condições para a prática do ski, período durante o qual deixei o meu dinheiro espalhado por várias estâncias no estrangeiro, decidi, motivado pela abundante publicidade, (directa e indirecta) nos mais variados meios de comunicação social, visitar a Serra da Estrela, afim de poder usufruir dos melhoramentos anunciados, e já agora gastar o ?papel? em território nacional.

Da experiência desse dia (03-01-2004), não resisto a partilhar convosco os pontos mais altos:

Morando em Lisboa e procurando aproveitar ao máximo o dia, não restou outro remédio senão levantar a família às 5h00 da manhã (exactamente) e fazer-me à estrada (esta sim excelente), por volta das 6h00. Três horas e meia e trezentos e trinta quilómetros depois chego, na hora de abertura, e, aqui primeira surpresa: O ?novo? parque de estacionamento, tanto quanto me foi dado ver, resume-se a um alargamento das bermas da estrada, ao qual faltam marcações adequadas, o que permite que cada um estacione como quer, ocupando, com um único veiculo, o maior número de espaços que conseguir, ou que a sua consciência deixar.

Estacionado o automóvel e vestido o equipamento, procuro inteirar-me a que se deve a fila de duzentos metros que se forma na entrada do edifício principal. Consigo apurar que por um lado a venda de ?forfaits? se iniciou pelas 9h30 (então não começou às 8h30 como diz no site? Perguntei, afinal era das poucas informações úteis disponíveis (tarifário nem vê-lo) pois, deve ser só para fazer bonito na net, resposta dos meus companheiros de infortúnio). Para ajudar à festa a fila única servia necessidades tão dispares como utentes equipados a quem só faltava o forfait (venda que se faz num minuto), utentes que só necessitavam de parte do equipamento (esquis ou prancha de snowboard)(dois minutos) e aqueles que necessitavam de tudo (esta sim mais demorada). Ou seja em vez de despachar sessenta forfaits por hora, libertando a fila dessas pessoas, obrigam-nos a secar horas em pé, afinal sempre se podem encostar aos seus esquis ou pranchas de snowboard. Lindo.

Pelas onze horas (mais ou menos na altura em que as crianças começaram a ficar com os lábios azuis, recebemos a notícia de que o estação estava superlotada???? (nunca viram Sierra Nevada ou Candachu ao fim de semana com certeza), que não havia mais material para alugar (material eu tenho gritei, só preciso do forfait, estamos lotados, então não vê as ?bichas?) confesso que por mais que olhasse só consegui ver filas e razoáveis por sinal, mas enfim, quem conduz o comboio é que sabe em que estações quer parar. Propõem-nos que utilizemos a pista artificial de Manteigas, mal comparado é como ir para um jantar romântico, com expectativas de uma noite de paixão e proporem-nos a troca por uma sessão de auto-masturbação, não é definitivamente substituto á altura. E de tarde, ainda perguntamos, sem que obtivéssemos resposta. O desconhecimento e a desorganização, a par da falta de consideração para com os utentes parecem ter sido objecto de sólida formação por essas bandas.

Estando a aproximar-se hora do almoço resolvemos consumir a ?bucha? com que planeáramos enganar a fome entre duas descidas.

Durante o repasto deleitamo-nos com o espectáculo da descida dos ?tobogans?, ziguezagueando vertiginosamente por entre os esquiadores e praticantes de snowboard, nas pistas pois claro, sem que ninguém intervenha, (se calhar é uma novidade, diz-me a esposa). Outros motivos de interesse são a corrida entre as pechas e as cadeiras que estas ultimas ganharam por margem mínima, as manifestações de civismo tipicamente Português, traduzido nos constantes golpes aos trouxas que respeitam as filas (ou ?bichas? na terminologia da casa) e por fim no cuidado com a segurança dos utentes, espelhados nos quinze segundos de espera entre a abertura do sistema de segurança das pechas e o início efectivo da subida, e, no afunilamento para duas cancelas nas cadeiras de quatro (4) lugares, resultando na subida sistemática com metade da lotação, reduzindo assim o peso suspenso e a possibilidade de acidente. Um efeito benéfico colateral é o aumento do tempo de espera na fila (ou ?bicha?), o que permite a total recuperação do esquiador do esforço despendido na descida, é sabido que o cansaço aumenta a possibilidade de acidentes. No fim da refeição mais uma surpresa, contentores para o lixo?? deve ser luxo e o investimento não chegou a tanto, pois que nem vê-los.

Chegada a hora da verdade procurei, junto com um dos rebentos, as instalações sanitárias, no edifício principal. Com a porta de entrada fechada, sem qualquer informação que diga se o facto se deve a indisposição do pessoal, horário de almoço ou outra causa (mais uma manifestação de consideração e deferência pelos utentes) dirigi-me à porta da entrega de material, (não pode entrar, só pelo outro lado, lançou-me. Mas, a porta está fechada e a miúda está quase a fazer nas calças, implorei. Vá lá entre, é aí à esquerda). Nessa altura reparei que porta-skis, com ou sem chave, de borla ou a pagar, são objectos difíceis de encontrar por estas bandas, eu pelo menos, não consegui ver nenhum. Chegados ao WC quis pendurar o blusão (só se for na maçaneta da porta, informou-me outro utente, obviamente já veterano). Concluída a tarefa quis lavar as mãos, (água quente?? Pensa que está num pais rico? Sabão? Com este frio não à micróbio que resista. Utensílios para secar as mãos? (secador, toalhas de papel). Para que quer afinal a pescoceira e o cachecol?

A pontos de desistir, por fim passo novamente pela entrada, e espanto, verifico que está novamente funcional (mistério!!!), coloco-me na fila e grande sorte, sou informado que forfaits, já havia (se era a reserva da tarde ou o fornecedor entregou novos não consegui apurar). A sorte continua, sou o primeiro dos que não conseguiram entrar (pois claro, nova manifestação de deferência pelos pobres coitados, determina novo fecho da porta, nas mesmas condições anteriormente descritas). Resta-me aguardar. Ao fim de uma hora, desisto definitivamente, vou brincar na neve com os catraios e outros companheiros de provação e, por fim cumpro os trezentos e trinta quilómetros de regresso (claro mais três horas e meia, desta vez de noite para ter mais interesse). Num último relance reparo num cartaz publicitário que reza mais ou menos ?a serra, de semana é um descanso?. Não posso deixar de pensar que de facto sem utentes isto é mais fácil de gerir, afinal nós é que estragamos tudo.

Sem outro assunto

Até daqui a dez anos
Albertino Fernandes

PS: Afim de partilhar com o maior número de pessoas possível esta maravilhosa experiência, vou enviar esta missiva a todos os meus amigos e entidades que me lembrar, nomeadamente as que vos publicitaram. Assim ao irem esquiar para a Serra vão preparados (sacos do lixo, sabão, toalhas de papel, botas, esquis... forfaits é mais difícil, mas à sempre alguém farto, que nos cede o dele por cinco euros e como os da manhã funcionam até às quatro da tarde, segundo ouvi, estão safos)

Entidade visada foi notificada em: 2004-01-04 17:33:22
Obteve resposta da entidade visada : nao


Pergunta: É este o Turismo que ambicionamos para a nossa Serra?!

ps: retirado de www.queixas.co.pt/popup.php?id_queixa=6455

Serviço público... # 02

Depois da saga das fitas Vodafone ( lembram-se? ainda há algumas espalhadas pela Serra ) o blog Estrela no seu melhor, veio de novo referenciado no jornal Diário XXI, na sua rubrica Flagrante.
Ao constatar este facto resta-me deixar um agradecimento por consultarem este blog... é para isso mesmo que ele existe.
Podem consultar a notícia em baixo

( clique na imagem para ampliar )

quarta-feira, dezembro 27, 2006

Primeiras Avalanche 2006/2007...

Notícia em primeira mão pelo blog "Estrela no seu melhor"!
Avalanche na Serra da Estrela
Para quem pensa que é preciso nevar (e muito) para haver Avalanches desengane-se...
...na nossa Serra não é necessário sequer nevar para ocorrerem esses fenómenos.
As imagens da primeira avalanche do Inverno 2006/2007 estão aí!
O fotografo desafiou a morte... reparem que a avalanche vinha na sua direcção, mas o seu sangue frio permitiu-lhe captar estas imagens de rara beleza para que todos os leitores deste blog, pudessem visualizar o perigo por que ele passou.
Ao nosso fotografo de serviço, o nosso muito obrigado.


Ora digam lá se conhecem alguma Serra igual à nossa?

E lá continua...

...esse belo placard que anuncia a aldeia de montanha que está a nascer ali!
Já diz o ditado "o que nasce torto, tarde ou nunca se endireita!"
Será um presságio do que aí vem?!
ps: já aqui o blog Cântaro Zangado tinha feito referência a esta situação. Parece que os responsáveis da Serra das duas uma, ou não põem lá os pés em cima e desconhecem isto, ou então é esta a imagem que querem dar da nossa Serra.... Enfim!

terça-feira, dezembro 19, 2006

4 ou 5 vezes mais...

As recentes declarações da empresa responsável pela concessão do turismo na Serra da Estrela (Turistrela), sobre a ampliação da distância esquiável na Estância Vodafone 2000 para 4 ou 5 vezes mais que o actual, fizeram-me regressar ao fantástico Google Earth para perceber o impacto que esta acção iria provocar na nossa Serra.

Servem estas duas imagens, para ver o estado actual e o que poderia advir se algo do género se concretizasse:

Realidade


Ficção


Por enquanto é apenas realidade virtual, mas se não se conseguir meter um travão no que tem estado a acontecer, a ficção pode tornar-se realidade.

E você, é isto que quer para a nossa Serra?! Eu já decidi... NÃO!

sexta-feira, dezembro 15, 2006

Pub, mentiras e (negócio da) neve...

Mais uma noite secante de televisão (quer pública, quer privada) obriga a que uma pessoa procure alternativas para passar um pouco o tempo.
Optei por navegar um pouquito pela net e lembrei-me de entrar no site da Turistrela, essa empresa que nos últimos tempos se tem queixado tanto de perseguição.
Assim que se acede ao site vemos quatro bandeiras e o respectivo bem vindo de cada idioma.
Ao clicar na bandeira portuguesa entra-se no site propriamente dito. Após breves instantes começa a ouvir-se uma fantástica música natalícia, nada de cânticos tradicionais, mas sim tipo aquelas musicas irritantes dos filmes da tarde de dia de Natal.
Pelo que pude constatar, apenas se ouve esta música quando se clica na bandeira de Portugal, nas outras a música é outra…

Continuando… Deixei a música a tocar e começo a navegar e a observar algumas imagens mais abaixo que em nada me parecem a Serra da Estrela. Clico nas imagens e aí ainda me parece mais gritante a “mentira” que se está a publicitar. Caso as imagens sejam da Serra, peço a quem me souber dizer onde são esses locais e onde se podem realizar as actividades referidas, que me envie um e-mail com as informações.


Adiante… Clicando nas várias opções de alojamentos (hotel serra da estrela, estalagem varanda dos carqueijais, chalés de montanha) constatamos o que de melhor podemos observar de cada um destes espaços… o seu exterior e “integração” (ou impacto) no espaço envolvente. Deixo as imagens, já que retratam bem melhor tudo o que poderia ser referido:




Importa referir que todas elas têm a neve sempre presente. Fica bem, tem a ver com a época, serve para enganar os turistas que vêm a julgar que é só neve é só neve e, mais importante, sempre esconde muita coisa… ou talvez não… veja-se na imagem dos chalets, uma escavadora que ameaça continuar a abrir o caminho. Será que vem aí mais do mesmo!?

Por fim, estância Vodafone… Ficam as imagens do que quero referir:



Pistas abertas 2 de 9. Snowpark apenas mini área Freestyle aberta.
É importante analizarmos bem esta realidade. A estância está aberta faz hoje 15 dias.
Durante os últimos tempos, temos vindo a assistir a um rol de criticas por parte dos responsáveis da empresa que detém a concessão do turismo na Serra da Estrela contra o PNSE.

Em jeito Gato Fedorento podíamos fazer um sketch do género “Ah e tal, queremos investir na Serra… para multiplicar por 4 ou 5 vezes a área esquiável… e os senhores protectores das lagartixas não deixam… mas nós queremos criar uma estância ao nível das melhores da Europa… mas os senhores protectores das flores não deixam… e queremos montar telecadeiras… mas os senhores protectores dos calhaus não deixam… e queremos fazer… fazer… fazer…”

O que eu quero dizer é que será que ainda não perceberam que a neve na Serra se está a acabar?! Por acaso já viram imagens da Serra nas décadas de 50, 60, 70, 80 e 90?! (vou colocar algumas no www.maravilhasdaestrela.blogspot.com)?! Por acaso ainda se lembram que em tempos havia uma pista de ski nos Piornos e agora neve naquela zona é quase rara?!

Então pergunto, para uma estância que em 9 pistas tem apenas 2 mini pistas abertas, para que é que se quer ampliar em 4 ou 5 vezes a distância esquiável da mesma?!
Será que não se poderiam aproveitar melhor os milhões que aí se vão gastar?!
Infelizmente o aquecimento global veio para ficar… não é uma coisa do tipo “pró ano neva mais de certeza…”

Vejam as imagens que referi… e já agora, com o que se cobra de forfait, porque não lançar uma campanha do tipo “Um forfait, uma árvore!” Era lindo, ajudavam a Serra que tanto nos (e vos) dá e ficavam bem vistos, porque dizer nos jornais que se gastam 2500eur/dia com neve e que têm uma média de 2000 pessoas por dia… ai ai… é só fazer as contas!

PS: em jeito de despedida, webcam. Das duas uma, ou o fuso horário da Covilhã para a estância são algumas horas, ou então a imagem que lá aparece é gravada. São 00:45h e na imagem aparece um sol radioso. Olho para a janela e lá fora é noite escura. Hummm… actualização em 56seg… esperei… continua fazer sol! Sem dúvida temos uma Serra como não há outra igual! (deve ser a estrela a brilhar)


PS1: gostei do nome da empresa que desenvolve o site… lobby… tem tudo a ver! (hihihi)

terça-feira, dezembro 12, 2006

Ainda o belo do folheto promocional...

Recebi um e-mail no outro dia que dizia isto:

Já tenho em meu poder o folheto. Só digo uma coisa. Como é
possível isto ser feito?

Mas será ninguém reparou durante a sua concepção, a bela "abrunheira" que iria ficar no fim?
Até tenho vergonha de dizer que sou da Serra da Estrela...

Apesar de ter ficado com o mesmo sentimento de revolta que este leitor eu prefiro pensar que "tenho vergonha da Região de Turismo que nos representa... A Serra da Estrela não tem culpa nenhuma de coisas como essa!"

Denúncias dos Leitores... # 07

Algum tempo sem haver novidades, mas aqui está mais uma denúncia de mais um leitor.

Vou transcrever algumas palavras do e-mail que recebi...

"Mais um dia passado na Serra da Estrela e mais umas fotos do melhor do que a Serra da Estrela nos pode oferecer: desde a Aldeia de Montanha de fazer inveja aos Alpes, Pirinéus e a Marte, até aos empreendimentos turísticos necessários para o tal (aquele tal tão utópico) desenvolvimento sustentado, perfeitamente integrados no cenário idílico da Serra da Estrela."

Seguem as imagens:





Palavras para quê? É uma "aldeia" (ou mini-cidade) portuguesa (de montanha) com certeza...

domingo, dezembro 03, 2006

O belo do folheto promocional...

No outro dia passei pela RTSE, nas suas instalações da Covilhã, para pedir informação da Serra da Estrela para enviar a uns amigos que vinham visitar a região.
Pedi alguma informação e folhetos promocionais acerca da Serra da Estrela e arredores (em especial da Covilhã). Pedi ainda informação acerca de informação de percursos pedestres que existam na Serra.
E perguntam vocês – o que é que se passou a seguir?
Pois é, o que se passou a seguir foi o que me revoltou. Em relação a percursos pedestres não me souberam dar nenhuma informação, a única coisa que me deram foi um livro intitulado “À descoberta da Estrela”, cheio de cartas militares da região. Perguntei se os percursos estavam marcados, mas a resposta foi que não e que tinham esse livro apenas e que se quisesse seguir esses percursos teria que levar bússola. “Muito bem, pensei eu”. Por mim até me oriento com bússola e carta, mas para quem não tem a mínima ideia é perigoso aventurar-se Serra a dentro com uma bússola na mão. Optei logo por nem dar este guia aos meus amigos, uma vez que não os via capazes de lerem uma carta militar, quanto mais de usarem uma bússola em conjunto com uma carta militar.
Depois deste livrinho, entregam-me um folheto promocional da Serra da Estrela de 8 páginas, que graficamente destaca-se por não ser nada apelativo.
Por último, informações sobre a cidade da Covilhã, ofereceram-me um mapa da A23, que no verso tem um pequeno texto explicativo da Covilhã e um mapa da cidade (cheio de erros, por sinal).
“Obrigado” foram as minhas últimas palavras antes de sair porta fora envergonhado com o que uma RTSE tem para oferecer aos Turistas que visitam a nossa região…

Nesse mesmo dia à noite, analiso então o que me tinham oferecido. O livro não está mal, sobretudo para quem tem um nível avançado de leitura de cartas militares e utilização de bússola. Já o folheto metia dó…

E é sobre este folheto que debruço este post, assim sendo aí seguem as imagens e a minha critica a cada uma das páginas (clicar nas imagens para ampliar):


Primeira página (capa). O primeiro pensamento que me ocorreu foi o que seria do amarelo se não houvesse mau gosto. Não é que não goste de amarelo, até gosto bastante, mas é preciso ser bem usado/utilizado. Ao lado da palavra Portugal aparece um “rabisco”, quiçá inspirado nas gravuras rupestres que têm aparecido na zona de Casegas e Sobral de S. Miguel, que me parece ser uma pessoa a escalar uns “picos”, será?
Ao centro, o logo da RTSE. Gostei em particular do confronto do logo com a fotografia. Como se pode ver, tem tudo a ver (desculpem a redundância), mas ter num logo uns “picos” quando a nossa Serra é tudo mesmo “bicuda”... enfim…


Passando para a 2ª página, apanha-se logo um susto! Será que o esquiador da foto se estatelou na neve? Poderia-se fazer uma votação para perceber o que cada leitor pensaria, mas mais grave que a provável queda é o facto de num folheto promocional da Serra da Estrela estar um individuo, a quem “retiraram” a cara (cá para mim maravilhas do photoshop) que faz PUB ao Hard Rock Café de Barcelona. Será que não haveria melhor imagem que esta para ilustrar o tema neve?
E depois o título “A arte da Montanha”… Aquilo pode ser muita coisa, mas arte não é certamente! Depois o texto, as palavras falam por si, nem vale a pena comentar. O tal “rabisco” da capa, volta a acompanhar-nos nesta página.


Página 3, “A arte da história”, uma nova página um novo “rabisco”, desta vez parece ser um castelo. Legendas das fotos, realço a da fortaleza de Almeida, com “um estilo construtivo impressionante”. Depois no texto gostaria de realçar esta citação “Portugal foi o berço da globalização do séc. XV”, que poderia dar uma interessante tese de doutoramento. Falar de um conceito super actual e reportá-lo ao século XV e tendo o seu berço em Portugal, só nos pode encher de orgulho.


“A arte gastronómica e o queijo da Serra / A arte da Lã”, na página 4, reserva-nos mais umas surpresas. Para além do “rabisco” atrofiado do que parece ser uma ovelha, as fotos que foram utilizadas revelam novamente uma excelente selecção. O chefe de cozinha, cujo logo da sua farda foi pixelizado, apresenta um prato que sinceramente não faço a mínima ideia do que seja ao nível da cozinha regional. E já nem vou falar nos pormenores, porque a imagem está “espelhada”, tal como podem observar pela colocação dos talheres na mesa e da garrafa de “ajnig” (ginja) lá na mesa atrás.
Em relação ao prato que aparece em baixo do lado direito, que pena a imagem estar desfocada e nada apelativa, porque o petisco apresentado merecia melhor publicidade.
Depois, mostrar aquela imagem dos museus dos lanifícios é publicidade enganosa, porque aquela zona ainda não está aberta ao público. Por fim à artesã deixo o meu obrigado pela arte que continua a executar! Pena não haver mais pessoas a seguir os seus saberes.
Os textos mantêm o nível dos anteriores…


E chegamos à “Arte da animação” (página 5). Pergunto-me se o motivo da rizada dos dois rapazitos que vão na telecadeira tem a ver com a legenda da fotografia… “A Estância de Esqui já dispõe de uma moderna telecadeira”. O resto da página já nem me apetece comentar… as palavras falam por si, mas falar de noite e logo a seguir de caça… que sorte eu não ter uma mente perversa (hihihi) senão…


“A arte de um novo alojamento” é o tema abordado na página 6. Olhando para as imagens, só pode ser mesmo um novo alojamento. Fiquei com a sensação de que o alojamento seria dentro de água, pois só aparecem imagens de água. A cara do homenzinho até desfocou com tanto vapor, ou terá sido mais uma vez uma maravilha do photoshop?
Depois interessante mesmo é o “rabisco”, que parece ser um sujeito, deitado numa espécie de cama e com a ponta do que parece ser o nariz vermelho…
Acho que desta página já chega.


Chega agora a ver da página 7 (estamos quase no fim), que trata de rios, vales e uma vez mais a neve.
Para que não julguem que só sei criticar e “deitar abaixo”, aproveito para dar os parabéns ao autor dessa foto do vale glaciário. Diria mais, é a melhor foto do folheto.
Agora em relação ao resto, uma vez mais um “rabisco”, só que desta vez não consegui descortinar o que seja. Alguém me sabe dizer?
Mas bom mesmo é o texto “Modernidade na Neve”. Ora vejamos: “a evolução da Estância de Ski e das Estâncias de Montanha das Penhas da Saúde e das Penhas Douradas conduziu a um ambiente cada vez mais cosmopolita e jovem. As famílias encontram uma natureza e espaços de turismo cultural de grande interesse didáctico principalmente para as crianças.”
Alguém me explica que “espaços de turismo cultural de grande interesse didáctico” são estes e onde estão?! É que juro que não sei ao que se referem…


E chegamos à última página. Para muito já devem estar a pensar “até que enfim…”, para outros “já?!” e ainda para outros “que pena o folheto da RTSE ter apenas 8 páginas…”. Mas é mesmo assim, tudo tem que ter um fim, até mesmo a Floribella terá que ter um fim e atrever-me-ía a dizer que a RTSE (e afins) também terão que ter um fim.
Agora voltando de novo à página propriamente dita. Imagem da Península Ibérica em que Portugal está inclinado daquela maneira só vi mesmo neste folheto. No local que diz “Onde se divertir” talvez fosse melhor acrescentar “Com quem se divertir”, já que aparecem algumas empresas de eventos outdoor e não apenas locais.
Em relação ao resto… já chega. Que cada um tire as suas conclusões.

Para concluir importa referir que esta foi a minha análise dura e crua acerca deste folheto. Resultou da minha revolta pelo péssimo serviço que este folheto faz em prol da Serra da Estrela e relembro que o mesmo é da responsabilidade da entidade, que devia zelar pela excelente promoção desta Região. Não peço às pessoas que tenham a mesma opinião que eu, mas o que peço (e em especial à RTSE) é que haja um maior profissionalismo e dedicação nas acções que promovem. Se acham que basta fazer uns folhetos deste nível e ir a feiras e distribuir os mesmos é apresentar serviço feito, então deixem-me referir que vamos no mau caminho. Cada vez as pessoas (e turistas) são mais exigentes e há que saber fazer cada vez melhor. Não pretendo com este post denegrir a imagem da RTSE, o que pretendo é alertar para algo que deveria de ser excepcional e que, infelizmente, é bastante banal…