A propósito do congresso, organizado pelo Centro de Estudos Ibéricos, Centro de Estudos Geográficos da Universidade de Lisboa e IPA Portugal, aproveito para confrontar duas opiniões de "cientistas" sobre a Serra da Estrela.
Assim sendo, por parte de Gonçalo Vieira, investigador no Centro de Estudos Geográficos da Universidade de Lisboa e representante em Portugal da International Permafrost Association (IPA), refere que:
"A Serra mais alta de Portugal Continental não vai escapar à tendência do aumento das temperaturas do ar e isso tem como consequência a redução da neve e a sua irregularidade na precipitação”.
Por outro lado, o "cientista" presidente da RTSE (Região de Turismo da Serra da Estrela), que se prepara para fazer a sua dissertação da tese de doutoramento sobre "de 10 em 10 anos é que neva pouco na Serra", aquando confrontado por um jornalista com a seguinte questão, refere:
Pergunta do jornalista: Actualmente há cada vez menos neve. Ainda faz sentido insistir na neve como cartaz turístico?
Resposta do "cientista": Não devemos enveredar por esse tipo de pensamento, até porque não está demonstrado. No ano passado houve 127 dias de neve para esquiar e os canhões de neve trabalharam apenas quatro dias em toda a época de Inverno. Em 2004 e em 2005 houve 107 dias de neve em cada ano. De facto, no último Inverno o cenário foi diferente, mas isso pode acontecer uma vez em cada dez anos. Não é verdade que exista uma curva descendente de neve. A longo prazo isso pode acontecer, mas não nas próximas décadas.
Em quem é que o leitor depositaria maior confiança?
Eu creio que não é preciso ser muito inteligente para perceber que a neve "se está a ir embora" da nossa Serra da Estrela... infelizmente.
Eu sou do tempo em que não havia estância na zona da Torre e o esqui se praticava na zona dos Piornos.
A pergunta que gostaria de colocar ao "cientista" Jorge Patrão é se ele ainda se lembra desses tempos, ou se tem memória curta que não o permite perceber a realidade que está a acontecer a nível Global?
A outra pergunta que gostaria de colocar é se tem alguma lógica, estar-se a apostar 100 milhões de euros em turismo de neve em vez de essa aposta recair num turismo sustentável como acontece já noutras paragens.
PS: lembrem-se senhores que "orientam" os milhões, que estes poderão ser os últimos que aí vêm e que deveriam de ser aplicados correctamente e imparcialmente, em vez de se andarem a favorecer sempre os mesmos com essas verbas pagas pelos impostos de todos nós... ah, mas claro, já me esquecia do que referiu também o "cientista" presidente da RTSE, que "apenas" 30 milhões são dinheiros públicos... afinal são uns trocos no meio de tanto dinheiro, não é?
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