sábado, novembro 10, 2007

Diário as Beiras... as desculpas para o caso dos Esgotos (será para rir)

Começaram a "ouvir-se" os primeiros ecos dos posts publicados em vários blogs sobre a situação re-descoberta de esgotos que correm a céu aberto na zona da Torre, em pleno Parque Natural da Serra da Estrela.
O Diário as Beiras, na sua edição do dia 9 de Novembro de 2007, faz manchete com o seguinte título "Esgotos a céu aberto na Serra da Estrela" (ver imagem em baixo):
Agora vejamos o que refere a notícia. Deixo-vos aqui a edição online:

(clique na imagem para ampliar)

Depois de ler esta notícia, e constatar as declarações do novo responsável (director do departamento de Áreas Protegidas do Centro e do Alto Alentejo) sr Armando Carvalho, só me resta concluir que as mesmas, a juntar às do sr Fernando Matos (ex-director do PNSE), davam um excelente apanhado para um espectáculo de stand-up comedy, ou até mesmo algum episódio dos Gato Fedorento.

Mas, infelizmente, o que está a acontecer é demasiado grave para rir... Acho verdadeiramente incrível que quase um ano depois, se venha justificar uma total falta de competência, com afirmações do tipo:

"o problema que tem a ver com a instalação de um cabo eléctrico para accionar a bomba que faz funcionar a ETAR”

"esse cabo ainda não está instalado por uma questão de segurança, ou seja, está tudo estabelecido em caderno de encargos, o empreiteiro só não o colocou por questões de segurança que neste momento não estão salvaguardadas”

“foi se calhar um erro de projecto, que quando foi feito, não atendeu aos condicionalismos de natureza legal e que faz com que se ande há uns meses para resolver a situação”

"devido à neve ou à circulação de pessoas e veículos, o cabo tem de ser enterrado e tem de estar em segurança, não pondo em causa a natureza das instalações que ali existem”

"apesar do PNSE ter o uso do local, as Forças Armadas Portuguesas ainda são donas das instalações e para se fazer escavações na zona é preciso obter autorizações de várias entidades, e os túneis existentes não podem ser destruídos”

Agora confrontemos as declarações destes senhores.

Quem não se lembra destas fantabulásticas declarações do então responsável pelo PNSE, senhor Fernando Matos:

"o mau tempo que se verificou no final de Novembro, sobretudo o vento forte, derrubou uma torre de iluminação e de comunicações móveis que caiu sobre os tubos da canalização, rebentando-os. A partir daquela altura, os resíduos escorrem pela serra."

“trata-se de uma situação que nos preocupa, mas que ainda não foi possível resolver devido às condições climatéricas”

Afinal em que é que ficamos?! Cá para mim que ninguém nos houve, é mais um rol de desculpas esfarrapadas que tentam encobrir a realidade da questão... INCOMPETÊNCIA!

Depois dos tubos rebentados devido à queda de postes... passando pelas condições atmosféricas pseudo-adversas... já só faltava mesmo esta desculpa dos túneis que não podem ser destruídos...

Começo a estar de acordo com um comentário que li no blog Mafia da Cova, sobre este assunto:

"e se alguém se lembrar de tapar o tubo com pedras, plásticos, ervas e terra de modo a que não saia nada, deve encher o tubo até a fonte do problema e ai já alguém vai dizer que alguma coisa está mal ..."

Enquanto isso, milhares de metros cúbicos de m**** são lançados diariamente encosta abaixo na Serra da Estrela! Enfim...

ps: já agora sr Armando Carvalho, podia-me explicar como é que a empresa concessionária do turismo na Serra da Estrela pode usar os túneis que referiu para uma actividade denominada "Caça ao tesouro" e o sr anda à meses para resolver o caso apenas para passar um cabo eléctrico para uma Etar funcionar? Fica a pergunta...

5 comentários:

newsubstance disse...

"devido à neve ou à circulação de pessoas e veículos, o cabo tem de ser enterrado e tem de estar em segurança, não pondo em causa a natureza das instalações que ali existem”

Os veículos que andam naquela zona ou são os BMW'S ou são carros de bois... porque ali não é qualquer carro que consegue lá chegar... Sinceramente, trabalhem, tornem-se competentes e deixem-se de coisas... Palavreado estamos nós fartos... Mãos a obra meus amigos

TPais disse...

Pensei que este novo director não fosse embarcar em facilitismos e situações nebulosas!! ISto é como aquelas elites em que se protegem uns aos outros pelo bem da "comunidade". A situação tinha era que sre assumida com coragem e explicassem as verdadeiras razões da incapacidade para resolver o problema. Enquanto se continuar a encobrir todas as incompetencias as coisas não se resolvem.
Tem de haver consequencias para um trabalho insuficiente!

Anónimo disse...

sou o anonimo que comentou no post da mafia da cova, tenho pena por não ter colocado um nick para me identificar, já comentei varias noticias como anonimo, daqui para a frente vou assinar com omeu nick "allumata". continuem com aas denuncias sobre o que está mal na nossa serra.

Anónimo disse...

Antes do mais, que dar os parabéns aos reponsáveis pelo blog pelo excelente trabalho e espirito de cidadania que vêm demonstrando ao denunciarem todas estas maleitas que enfermam a nossa Serra.
Esta questão dos esgotos a céu aberto está a tornar-se um verdadeiro escândalo ambiental e as justificações que são apresentadas pelos responsáveis são uma autêntica vergonha ( como se fossemos todos uns parvinhos...).
O ICNB está a ser conivente com um crime ambiental e tem que assumir as suas responsabilidades.
Para que conste, os terrenos onde se situam as principais instalações da Torre, incluindo os centro comercial, a Capela eoutors, pertencem à Freguesia de Alvoco da Serra. Desde 1993 que corre termos uma acção judicial contra o ICN/ICNB, instaurada pela Freguesia de Alvoco para reivindicar os seus direitos sobre os terrenos e as instalações da Torre, e apresentação de contas, sem fim à vista. Agoara, a culminar toda a gozação atiram-nos com os esgotos à cara e deixam contaminar as águas que correm para Alvoco. Por mim tudo farei para que a Junta de Alvo tudo faça para denunciar esta situação ( à Câmara de Seia já não vale a pena pedir nada, porque tudo isto lhe vai passando ao lado ...).
Mas deixo também um desafio aos comerciantes ali instalados, que retenham e não paguem as rendas (chorudas ao que consta), que pagam à Turistrela enquanto não for resolvido o problema dos esgotos, é um dever de cidadania e seriam os primeiros beneficiários.
Toda esta situação ( e tudo o mais denunciado nete blog) é apenas uma ponta visível do atoleiro em que se encontra a gestão ambiental e turisitca da Serra da Estrela e que tem os seus responsáveis.
Depois disto ,que autoridade moral continua a ter o ICNB para fazer cumprir aos utentes e visitantes da Serra os regulamentos? E o Sr. Artur Costa Pais porque não promove mais uma das suas reportagens televisivas e mostra mais esta "Maravilha" ao país?.
Tenham todos vergonha, assumam as vossas responsabilidades e cumpram a vossas obrigações, é o mínimo que podem fazer.

ljma disse...

Se eu quiser abrir um centro comercial na Covilhã, alguma instituição pública se oferece para pagar as infraestruturas que a lei me exige? O que acho mais lamentável nesta história (para além do facto em si, evidentemente) é ver o PNSE pagar a construção de infraestruturas que a lei exige aos promotores. Será que o PNSE é um promotor dos centros comerciais da Torre? Será que vê algum interesse ambiental na sua existência? Não vendo que interesse possa ser esse, acho que quem devia ter pago esta dita "ETAR", deviam ter sido os comerciantes, a Turistrela, a RTSE, as Câmaras, e/ou quem mais considerasse indispensável a existência do centro comercial na Torre. Assim, quem acaba com a batata quente na mão ainda é o organismo que menos vantagens tem a colher com tudo isto. Mais ainda, é o organismo cuja missão mais dificultada fica pela existência do centro comercial!
Por estas e por outras, mais do que revolta, sinto pena do PNSE, por se ter posto na posição em que está. E pena da Serra por ver quem a devia defender, que é o PNSE, a colaborar com quem mais a agride, que é o modelo de turismo rasca e massificado em que temos apostado.
Saudações!
José Amoreira