sábado, junho 30, 2007

Desta vez é grelhador

Na semana passada, uns amigos meus vieram visitar-me.

Forasteiros destas paragens e leitores assíduos deste blog, quiseram constatar in loco algumas das várias denúncias que tenho feito aqui no blog.

Como também não conheciam a Serra, e por vontade deles, levei-os ao ponto mais alto de Portugal Continental… a Torre.

Chegados a esse ponto, tão descaracterizado e desinteressante, um deles sentiu vontade de
aliviar a bexiga e como tal dirigimo-nos ao Centro de Vendas denominado “Espaço Diamante”:

Por incrível que pareça, nunca tinha reparado no nome desde centro de vendas… (o centro comercial é o outro mais ao lado… não confundir), para mim talvez "Espaço Latão ou chapa" fosse o nome mais adequado ao que ali se encontra.

Baralhados pelas duas placas que diziam “entrada”, decidimos entrar pela que indicava a porta… não sei se certos dias também se pode entrar pela janela, mas o que é certo é que existe uma placa que diz “entrada” que está sobre uma janela…

Lá entramos pela porta e fomos logo atingidos pela “super hiper mega ri fixe” miscelânea de cheiros que abundavam naquele espaço. Ele era cheiro a queijo, ele era cheiro a chouriço, ele era cheiro a presunto, eu sei lá… aquilo só do cheiro dava para encher a barriga. Não admira que depois o pessoal não compre nada, um gajo fica logo de barriga cheia.

Mas pronto, o que nos levava ali era mesmo a bela da instalação sanitária…

Seguindo a indicação da casa de banho, passamos por uma porta estreita e chegamos a um espaço que, pelo cheiro, percebemos logo do que se tratava... as belas das retretes.

A verdade é que pequenas não eram, mas o mau cheiro era proporcional ao seu tamanho. “Toca a apressar, que senão ainda desmaiamos” pensei eu - e lá voltamos ao ponto do início, a rua, sem antes termos passado à frente deste local que mostro na imagem que pensava que se tratasse de um posto de reservas da empresa concessionária do turismo na Serra da Estrela… fechado!


Novamente na rua, reparamos na pequena placa de informações ( i ) que delimitei na imagem do início.

Aproximando-nos desse local, que julgávamos ser um posto de informações, vejam bem o espectáculo que encontramos:


Eu virei-me para os meus amigos e disse “epa, um gajo até vem aqui acima com boas intenções, mas com uma cena degradante como esta o que é que querem? Creio que há material para mais um post, não acham?”

Os belos dos tapetes a imitar relva, um deles em bom estado e o outro roto, o rolo de fio de corrente que passava pela janela de forma improvisada, o banquinho de madeira onde estava apoiado o belo do grelhador para assar sardinhas, creio que são coisas mais que suficientes para publicar este post.

Tudo bem que até estamos em altura de santos populares, mas será que não haveria outro local para assar as sardinhas? Ou pelo menos retirar dali aquele estendal depois de ser utilizado.

Mas isto para mim ainda era o menos, porque de todo este cenário o que achei mais ridículo, foi haver um posto de informações, ou pelo menos deveria de estar a funcionar como tal, e estar fechado!

Eu ainda espreitei lá para dentro, com a esperança de que fosse apenas a porta que estivesse fechada, mas pelos vistos estava mesmo “abandonado”. Podia-se constatar isso pelo estado de desleixo em que o mesmo se encontrava, como é demonstrado pela foto:

Não sei que opinião tem o leitor em relação a um caso como estes, mas eu penso que é demasiado triste para ser verdade.

Atrevo-me a dizer que é pena estarmos no País que estamos, em que situações como esta são tidas como situações normais e sem consequências.

Para mim, ver pessoas que vêm de fora (da região e de Portugal), dirigirem-se a um posto de informação turística, no ponto mais alto de Portugal Continental, em pleno Parque Natural da Serra da Estrela e verem o cenário que eu vi e captei nas fotos… enfim… creio que algo está mal… muito mal!

E tudo continua como se fosse tudo muito normal e se nada se passasse…

Noutro País, creio que algo já teria mudado, que alguém já teria sido responsabilizado!

Que turismo (dito) de qualidade estamos a querer “vender” aos turistas que nos visitam?
Acha que uma pessoa que chega à Serra e vê um espectáculo destes tem vontade de voltar algum dia?

Eu, sinceramente, creio que não.
Para mim, caro leitor, o que se anda a vender é gato por lebre… ou será sardinhas…

Mas pronto, sempre fiquei a saber que posso “reservar aqui” ou “booking here” a bela da sardinha, ou será “the sardines”, para os santos populares do próximo ano…

PS: já não bastavam os fogareiros do Covão d'Ametade, agora temos também o grelhador da Torre... o que se irá seguir? Até tenho medo de pensar...

3 comentários:

ljma disse...

O rei vai nu! Como na história, toda a gente o vê, mas ninguém o diz, ou ninguém o diz como tu, Cova Juliana. Obrigado por mais esta!

Tiaguss disse...

Acho que ja se fala em tirar os assadores de granito do covao d'ametade e susbtitui-los por replicas iguais a esta .....

Anónimo disse...

"Roubo-lhe este espaço para fazer o seguinte comentário:
Visualizando as fotos que antecedem são notórias as diversas placas publicitárias a marcas e "esbelecimentos comerciais". Presumo que todas elas devidamente licenciadas... Como o PNSE está habitualmente atento a estas situações, de certeza que já as fiscalizou e, caso não tenham sido autorizadas, de certeza que a esta hora já levantou os competentes autos de contra-ordenação aos responsáveis, tal como tão zelosamente fez à Junta de Freguesia de Alvoco da Serra quando (em terrenos que pertencem à Freguesia, lá colocou um placard a anunciar o Teleférico da Torre. Ou não?!...